Cunha volta a negar existência de parecer pró-impeachment

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a negar nesta quarta-feira, 28, a existência de um parecer favorável da Casa ao pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff apresentado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal. Para o peemedebista, os jornais estão fazendo “romance, fantasia”.

“Isso não é verdade. Alguns, infelizmente, a gente desmente, mas não adianta nada, eles querem fazer a matéria que querem. Estão fazendo romance, fantasia. Continuem com romance. Não vou mais falar sobre isso. A minha decisão, quando eu tomar, publico. Não vou mais ficar fazendo comentários se o parecer está vindo, não está vindo. Alguns que querem romancear continuem romanceando. Vão enganar os seus leitores”, afirmou Cunha nesta tarde.

Nesta terça-feira, 27, o jornal O Estado de S.Paulo apurou que Cunha recebeu da assessoria da Casa um parecer pela admissibilidade do pedido. O sinal verde da área jurídica reforça a possibilidade de o peemedebista decidir, de maneira monocrática, pelo início da ação.

Cunha disse não ter prazo para tomar sua decisão. “O prazo é o prazo da minha convicção”, disse o peemedebista. “Não existe nenhum prazo regimental que me obrigue. Vou proferir a decisão tão logo meu juízo de convicção esteja feito”, disse antes de conversar com manifestantes pró-impeachment que se algemaram a uma coluna no Salão Verde da Câmara para pressionar o presidente da Casa a tomar sua decisão.

Obras

Cunha negou já ter dado ordem para o início da construção do complexo de anexos chamado popularmente de “parlashopping”. As obras, com início previsto pelo primeiro-secretário da Mesa Diretora da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), para agosto do próximo ano, serão custeadas com os R$ 400 milhões que a Câmara tem nos cofres do Tesouro Nacional.

“Vamos fazer no tamanho que a Câmara tem de orçamento ou no tamanho bem menor do que iria ser feito no projeto de expansão pela PPP (parceria público-privada). Esse dinheiro pertence à Câmara, não é dinheiro do Tesouro. Isso não afeta o ajuste fiscal”, afirmou.

Quanto à flexibilização das regras para que servidores e funcionários dos gabinetes dos deputados possam fazer horas extras noturnas, Cunha disse que a medida atende aos “vácuos das necessidades”. “Reduzimos e é natural num primeiro momento você dar um freio e depois você vê os vácuos das necessidades e corrige. Ficou uma demanda de serviços”, afirmou.

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