Cunha se nega a responder sobre contas na Suíça que não fazem parte de truste

Ao ser questionado pelo relator Marcos Rogério (DEM-RO), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se recusou a responder questionamentos sobre contas na Suíça atribuídas a ele que não fazem parte do truste Netherton. Cunha reclamou que Rogério estaria abordando fatos que não fazem parte da representação contra ele. “Me notifique novamente sobre isso para que eu apresente a defesa prévia. Tenho certeza que vossa excelência terá a oportunidade de fazer uma bela instrução probatória”, disse Cunha a Rogério.

Sobre o banco suíço Julius Baer considerar Cunha um “cliente”, o peemedebista disse que isso é uma interpretação do banco. “Não mando no banco”, rebateu. “Eu não sou cliente do banco, eu não tinha conta. Quem é cliente é o truste. Se alguém pediu alguma coisa, para enviar documentos para onde quer que seja, foi o truste, não fui eu”, continuou. Rogério citou documento divulgado sobre recuperação de senha de uma conta, em que a dica sobre o “nome da mãe” é Elza, nome da mãe de Cunha. “Não preenchi formulário, não é minha letra”, respondeu.

Rogério perguntou ainda sobre as cinco transferências do empresário João Henriques, comprovadas por extrato bancário, que somam 1 milhão de francos suíços em uma conta que seria de Cunha. “Isso não faz parte da representação. A conta Orion não existia a partir de 2014, ela não existe.”

Sobre as 9 transferências citadas pelo empresário Ricardo Pernambuco em delação premiada na Operação Lava Jato, Cunha afirmou que os delatores “não atribuem a ele titularidade de contas no exterior”. “Não tenho nada a ver e desafio a provar.”

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