O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) negou ter influenciado o pedido feito ao Supremo Tribunal Federal (STF) para invalidar as provas obtidas contra ele. “Não orientei qualquer ação, até porque não preciso que a minha defesa seja feita por alguém que não seja o meu advogado”, escreveu o presidente em sua conta no Twitter.

continua após a publicidade

O STF recebeu na sexta, 7, um pedido da Câmara para invalidar documentos apreendidos na Casa em maio, em uma ação que tinha Cunha como alvo. O pedido é assinado pelo advogado-geral da União substituto, Fernando Luiz Albuquerque Faria, em nome da Casa Legislativa.

Cunha disse que a atuação da AGU independe de recomendação ou autorização da Câmara, mas que a reação “deveria ter sido feita em defesa da imunidade parlamentar, não em defesa minha, da qual não preciso”, escreveu.

continua após a publicidade

A apreensão de documentos foi autorizada pelo ministro Teori Zavascki, no relator da Lava Jato no STF, no dia 4 de maio a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). A ação tinha como alvo Cunha, que está entre os 50 políticos investigados na Lava Jato perante o Supremo. Investigadores buscavam provas de que o presidente da Câmara é o verdadeiro autor de requerimentos criados para ameaçar empresas que teriam suspendido o pagamento de propina em um contrato de navio-plataforma com a Petrobrás.

continua após a publicidade

Ainda no Twitter, Cunha comentou a demora no ingresso da ação, apenas três meses depois de os documentos terem sido apreendidos. “Com relação à ação proposta pela AGU em defesa da Câmara, estranho que isso tenha sido feito 3 meses depois do evento ter ocorrido”, comentou. O presidente da Câmara disse que a AGU faz a advocacia institucional da Casa Legislativa e disse que “deveria mesmo ter agido quando do ocorrido na Câmara”, mas lembrou que nada foi feito à época. “Porque será que levaram 3 meses para fazer isso?”, indagou.

O parlamentar disse ter estranhado a ação da AGU, lembrando que na última semana o órgão ingressou com outra ação no Supremo, contrária à votação das contas dos ex-presidentes, na Câmara dos Deputados. “Estranho depois do ocorrido na sexta com relação à ação feita pela AGU contra a Câmara, patrocinando uma senadora, a AGU ter se lembrado disso”, ironizou. “Muito estranha a atuação da AGU, célere onde não deveria ter atuado e lenta aonde tinha a obrigação de atuar”, completou.