O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou os procedimentos adotados pelo juiz Sérgio Moro na delação de Julio Camargo, que acusa o peemedebista de cobrar US$ 5 milhões em propinas. Segundo Cunha, o juiz não poderia ter colhido depoimentos contra alguém que tem foro privilegiado. Ele alega que isso só poderia ser feito pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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“Juiz de primeiro grau não poderia ter conduzido depoimento daquela maneira. Ele violou o procedimento de foro privilegiado, ao qual eu tenho acesso”, afirmou, durante entrevista coletiva concedida na manhã desta sexta-feira, 17, na Câmara. O presidente da Casa afirmou que seus advogados vão entrar com uma reclamação para que o processo vá para o STF. “O juiz acha que o Supremo se mudou para Curitiba”, disse.

Ele argumentou ainda que a denúncia contra ele tem de ser feita e votada pelo Supremo, onde ele disse já ter sido réu e absolvido por unanimidade. “O fato de a pessoa ser denunciada não significa que é culpada”, observou. Para o deputado, Moro tem agido como “dono do País”.

Apesar das críticas ao juiz, Cunha disse que, diferentemente da Procuradoria-Geral da República (PGR), Sério Moro não sofre influência do governo. “É óbvio que Moro não está orquestrado com o governo, não vou brigar com ele. Farei uma reclamação para que o caso vá para o Supremo. Ele fez um procedimento que não tinha competência para fazer”, garantiu.

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