O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cinco dias depois de anunciar o rompimento com o governo, disse que “não tem condição” de o PMDB continuar aliado à presidente Dilma Rousseff até 2018 e então anunciar candidatura própria à Presidência da República.

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Cunha evitou comentar declarações do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) de que o PMDB tem responsabilidade de garantir a governabilidade e apoiar a presidente Dilma Rousseff.

“Cada um tem direito de ter a opinião que quer. Não tem condição é de achar que o PMDB vai ficar no governo até o último dia antes das eleições e depois lançar candidato próprio para criticar o governo do qual faz parte. Já fiz minha pregação política antes. Pezão passa por dificuldades no Estado, é natural que queira manter o vínculo (com o governo Dilma Rousseff)”, afirmou o presidente da Câmara nesta quarta-feira, 22, ao chegar ao velório do ex-prefeito do Rio Luiz Paulo Conde.

Cunha lembrou que o PMDB-RJ ficou dividido em 2014. Pezão apoiou a reeleição da presidente Dilma e o presidente regional do partido, Jorge Picciani, liderou movimento em favor da candidatura do tucano Aécio Neves.

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“Divergências são normais. Vou pregar no congresso do PMDB que o partido saia do governo. Não fiz (o rompimento com o governo) para ter apoio de quem quer que seja”, afirmou Cunha.

Investigado na Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção na Petrobras, Cunha minimizou o fato de seu nome ter sido citado em anotações do empreiteiro Marcelo Odebrecht, que está preso em Curitiba.

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“Sou conhecido, sou uma pessoa pública, qualquer um pode citar que vai me procurar, falar comigo. É normal. Deve ter 500 mil (citações a seu nome). Vejo com a maior tranquilidade. Algumas pessoas eu recebo, outras não”, afirmou Cunha.