Alvo das investigações da Operação Lava Jato, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta sexta-feira, 12, que não precisa ser “blindado” pelos colegas na CPI da Petrobras. Ontem foram votados 140 requerimentos na comissão, entre eles a convocação do diretor-presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto. Os personagens que comprometem os peemedebistas foram poupados.
“Nem tomei conhecimento sobre o que estava sendo votado, sequer estou preocupado com o que está sendo votado. Não necessito de blindagem de quem quer que seja. Convoquem quem quiser convocar”, respondeu.
Cunha negou que tenha articulado com os membros da CPI a paralisação da sessão plenária para permitir a conclusão da votação na comissão. O peemedebista contou que marcou a sessão para continuar a votação da Reforma Política às 9h, mas só houve quórum por volta das 11h40. Ao anunciar que a pauta seria a cota para mulheres, as deputadas Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Moema Gramacho (PT-BA) pediram a paralisação da sessão a fim de chegar a um acordo para retirar naquele momento o tema da pauta. “Como tinha de acabar a sessão as 14h, não podia ficar batendo papo esperando a CPI. A CPI que deveria ter marcado um outro horário, não entendi por que a CPI marcou na mesma hora da ordem do dia. Não é o plenário que vai se submeter às comissões, são as comissões que vão se submeter ao plenário”, disse.
O peemedebista disse que sua posição é transparente no comando da Casa. “Se querem a cada gesto que eu faça buscar um motivo, um subterfúgio, aí é da natureza, deve ser porque gostam muito de mim e querem me botar todos os dias nas páginas”, ironizou.
Desoneração
O presidente da Câmara pretende concluir na próxima semana a votação da Reforma Política e colocar em pauta a Medida Provisória 670, que trata das faixas de tributação do Imposto de Renda (IR). Cunha espera que o Executivo retire a urgência constitucional do pacote anticorrupção nos próximos dias para que os deputados votem o projeto que revê a política de desoneração da folha de pagamento.
Ele ressaltou que a semana do dia 23 de junho será de festas juninas no Nordeste e que o quórum tende a cair neste período. “Seria bom que a gente pudesse votar a desoneração na semana que vem. Provavelmente na semana de 23 não votará”, observou.