O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) rechaçou nesta quinta-feira (13), a proposta do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), de buscar uma acordo para aprovar, sem uma segunda votação na Câmara, alterações no projeto que a acaba com a política de desonerações na folha de pagamento. Segundo Cunha, qualquer alteração no mérito do projeto será apreciada novamente pelo plenário da Câmara.

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“Se houver uma emenda, qualquer que seja ela, tem que ser trazida para votação. O Senado tem todo o direito de modificar o que quiser, mesmo que a Câmara não concorde. E a Câmara vai ter que votar aquilo que o Senado alterar”, disse.

Relator do projeto no Senado, Eunício afirmou no início da tarde que iria procurar o líder da bancada de deputados do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), relator do texto na Câmara, para tentar retirar do projeto o tratamento diferenciado a quatro setores – comunicação social, transportes, call center e calçados -, assim como os itens da cesta básica.

A proposta de alterar o texto no Senado e aprová-lo por acordo na Câmara, agrada o governo de duas formas: visa manter a economia de R$ 10 bilhões por ano, com o fim do tratamento diferenciado, e antecipa o encerramento da discussão sobre o ajuste fiscal. O projeto das desonerações é o último do ajuste fiscal proposto pelo governo, que está interessado em “mudar de agenda”.

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Em momento de relações estremecidas com o Senado, Eduardo Cunha, entretanto, disse que se os senadores alterarem o texto no seu mérito, seguirá a tramitação normal. Ou seja, a Câmara fará uma nova votação se houver alteração do texto no Senado.

Segundo Cunha, a Casa “dificilmente aprovará” do fim do tratamento diferenciado proposto por Eunício. “A Câmara fez seu consenso quando votou e esse consenso provavelmente vai se repetir, provavelmente, na votação, se (o projeto) voltar à casa”.

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Cunha lembrou que por se tratar de um projeto de urgência constitucional, a tramitação começa e termina pela Câmara, tendo o Senado como revisor, com poder limitado à produção de emendas. “Não podemos permitir que uma casa seja subjugada pelo desvirtuamento de outra”, disse.

O presidente da Câmara minimizou a intenção de Eunício de dar celeridade à tramitação do projeto lembrando que ele está sendo avaliado pelos senadores há dois meses. “Prometo que serei mais rápido do que o Senado foi nessa votação”, ironizou.

Mais cedo, Eunício Oliveira disse que, se não for possível um acordo, apresentará um parecer na terça mantendo o texto da Câmara. Desde terça-feira passada (11) o projeto tranca a pauta de votações do plenário.