O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), publicou nesta quarta-feira, 16, uma nota questionando o desmembramento do processo que investiga ele e sua família por supostas contas ilegais na Suíça. No texto, ele disse ainda que “a decisão merece revisão”. “Estranho o desmembramento requerido pelo Procurador-Geral da República, que reforça com clareza que há um tratamento diferenciado nas questões relativas ao meu nome e por mim denunciadas em diversas ocasiões”, declarou o presidente da Câmara.
Na terça-feira, 15, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki enviou ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba, o processo na Lava Jato contra Cláudia Cruz e Danielle Dytz, mulher e filha de Cunha.
Apesar da justificativa de Teori de que as duas não têm foro privilegiado para serem investigadas pelo STF, Cunha disse que vai recorrer. Além de elencar definições anteriores do PGR no inquérito e indicar “precedentes” do STF, o peemedebista afirmou que há “relação unitária” entre as condutas imputadas a ele, sua mulher e sua filha. “Se levados em consideração os critérios erigidos pela própria PGR em outros casos, a unicidade processual seria a regra aplicável”.
O desmembramento é referente à investigação de supostas contas ilegais mantidas pela família de Cunha na Suíça, e que eram abastecidas com propina desviada de contratos da Petrobras.
Sérgio Moro é responsável por julgar as ações dos investigados no esquema de corrupção da estatal e que não têm foro privilegiado. Na semanada passada, os advogados de Cláudia e Danielle enviaram um pedido ao STF para tentar “escapar” do juiz. Segundo a defesa, o desmembramento do inquérito atrapalharia a defesa por “imbricação” nas condutas atribuídas aos três.