O Ministério da Cultura será o principal financiador de um museu em São Bernardo do Campo (SP) que pretende contar a história dos trabalhadores do Grande ABC – e que deve dar destaque às atividades do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como líder sindical na década de 1970.
O Museu do Trabalho e do Trabalhador deve custar R$ 18 milhões – dos quais R$ 14,4 milhões sairão do governo federal. Outros R$ 3,6 milhões serão bancados pela Prefeitura de São Bernardo. O anúncio do início das obras será feito nesta sexta, com a presença da ministra da Cultura, Ana de Hollanda.
O projeto havia sido assinado em 2010, quando Lula ainda ocupava o Palácio do Planalto, mas a primeira parcela de recursos da União, de R$ 1 milhão, só foi liberada agora.
O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), nega que este será “o museu do Lula”. “O museu tratará da história do trabalhador desde a década de 20”, disse. “Não será o museu do Lula. Não será nem o museu do metalúrgico.” Segundo ele, a proposta do museu será semelhante à dos museus da Língua Portuguesa e do Futebol, em São Paulo. “Terá muita tecnologia, será um museu atual.”
Assembleias
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, contudo, uma das principais atrações do museu deve ser a recriação, com recursos audiovisuais, das assembleias sindicais presididas por Lula durante as greves do ABC.
O convênio com o Ministério da Cultura inclui apenas as instalações físicas do prédio. Para financiar o interior e futuras exposições, a Prefeitura de São Bernardo pretende arrecadar recursos por meio da Lei Rouanet, que dá benefícios fiscais a empresas que fazem doações a projetos culturais.
A assessoria do ministério afirmou não ver “conflito” no convênio para a construção do museu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.