O prefeito eleito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), se reúne com o presidente Michel Temer nesta terça-feira, 1, em Brasília. A pauta é a municipalização do Porto do Rio de Janeiro e maiores repasses para a Saúde.
“Eu vou conversar com o presidente Temer sobre a municipalização do porto do Rio de Janeiro, acho que é uma coisa importante e o governo já fez concessão em outras prefeituras”, afirmou. Segundo ele, caso municipalizado, o porto renderia receitas de, no mínimo, R$ 100 milhões por ano.
Quanto à saúde, o prefeito eleito disse que não se importa em gerir plenamente o Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade do Rio, desde que possa contar com repasses e reajustes do governo federal. “Acho que seria bom para ambas as partes”, disse.
O senador defendeu que a relação com o governo federal, do qual seu partido faz parte com um ministério, será a melhor possível. “O Rio de Janeiro, quando elegeu o Crivella, decidiu que não queria que a cidade do Rio virasse um bunker ideológico, com essa coisa de luta política. O PRB tem um ministério, faz parte do governo e eu espero contar com todo o apoio para que o Rio de Janeiro possa superar o momento de crise”, afirmou.
Crivella espera contar com o colega de partido, Marcos Pereira, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio para desenvolver o turismo no Rio. “O Rio não pode viver só do turismo de lazer, precisa do turismo de negócios. São feiras, convenções, congressos. O Rio cresceu muito em sua hotelaria e eu preciso de parceria com o governo federal para ter um bom calendário.”
Convergência
Crivella disse ainda ver grande convergência de pensamento entre ele e os prefeitos eleitos de São Paulo, João Doria (PSDB), e Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS). “Em nossas posições, há uma certa preservação dos valores tradicionais dessa civilização cristã ocidental”, afirmou.
O senador aproveitou para criticar aqueles que classificam seus posicionamentos de “conservadorismo”. “Isso traz uma ideia de intolerância, o que não ocorre. Nós três somos bem democráticos na nossa maneira de ser e agir”, defendeu.
Por outro lado, Crivella, que é também bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, acredita que o resultado da eleição em três das maiores capitais do Brasil demonstra a rejeição a uma pauta progressista. “Acho que é uma mensagem contra a legalização do aborto, a liberação das drogas e a discussão da ideologia de gênero nas escolas.”
Ocupações
O senador também criticou o movimento dos estudantes secundaristas, que já ocuparam mais de mil escolas em todo o Brasil em protesto contra a PEC do teto dos gastos, a reforma do ensino médio e o projeto Escola sem Partido. “Vejo com pesar. Acho que essa ocupação com violência, na hora das aulas e da maneira como está sendo feita, não vai ter efeito político. Na verdade, não vão ter vantagens, mas vai ter um grande prejuízo na educação dos nossos jovens.”