A simbiose entre CUT e PT, que teve seu auge no governo Luiz Inácio Lula da Silva, arrefeceu no mandato de Dilma Rousseff, mas essa relação ainda precisa ser revista, afirmam auxiliares da presidente. “Aquela CUT dos anos 1980 acabou. Se antes ela renegava a negociação com os patrões e com o governo, justamente por se opor ao sistema político e empresarial instalado, ela foi aos poucos cedendo. Passou de uma central radicalmente contra o sistema para uma que representa o sistema de forma plena, como ocorre hoje”, disse o professor Ricardo Antunes, cientista político da Unicamp.

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O posicionamento da CUT acabou fazendo a central perder grupos importantes nos últimos anos. A extrema esquerda deixou a entidade em 2005 para criar a Conlutas, que devolve tudo o que recebe do imposto sindical, e tem no Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) sua trincheira mais forte. Já o grupo que sempre apoiou o imposto sindical, mas se incomodava com as críticas feitas pela CUT, saiu em 2007 para criar a CTB, braço sindical do PC do B.

“A CUT é contrária ao dinheiro repassado pelo Estado, embora aceite ele como todas as outras. Ela sabe que na vida real é impossível fazer luta sindical sem esses recursos”, disse o presidente da CTB, Wagner Gomes. Para o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, presidente da Força Sindical desde 1999, a CUT vive um “drama que piora a cada dia”. “Eles teriam que romper com o governo federal para voltar a chamar a atenção, a liderar o movimento sindical como sempre fizeram. Mas estão anestesiados, não entram em nenhuma bola dividida, e isso tem aberto muito espaço para nós.” As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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