Crise nacional desorienta classe política no Paraná

A denúncia sobre o pagamento da "mesada" mensal a deputados federais do PP e PL para aprovar projetos de interesse do governo foi o tema das conversas e de vários pronunciamentos na sessão de ontem da Assembléia Legislativa. A bancada de oposição formada por PSDB e PFL usou a tribuna para comentar a entrevista do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, publicada ontem no jornal Folha de S.Paulo e festejar a crise que se instalou no PT. Já os peemedebistas manifestaram preocupação com a governabilidade, enquanto os petistas desqualificavam as acusações. O PTB não estava representado por nenhum dos seus três deputados em plenário e o PL divulgou no início da tarde uma nota oficial negando as denúncias.

O presidente estadual do PT, André Vargas, disse que a "bola" está agora com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que deve saber que decisões políticas tomar diante das denúncias. Vargas disse que Jefferson está envolvendo o governo para safar-se das denúncias de corrupção nos Correios. "Ele é uma pessoa acuada. Para inviabilizar sua cassação, está envolvendo o maior número de pessoas", afirmou.

O líder da bancada do PT, Tadeu Veneri, afirmou que a CPI dos Correios deve apurar as denúncias e que isso faria a diferença entre o governo Lula e o governo FHC. "Nós devemos apurar tudo isso, ao contrário do governo FHC, que nunca apurou nada", disse o deputado.

A bancada de oposição não poupou os petistas. O líder da bancada do PSDB, Ademar Traiano, disse que o PT está se revelando à população. "Cai a máscara, o discurso de ética e decência que o PT defraudou a nível nacional, vendendo uma imagem que não corresponde com o esperado." O tucano comentou ainda que o presidente Lula decepcionou a sociedade. "Temos atualmente um governo frágil, que traiu a sociedade brasileira e frustrou muita gente que apostava no governo Lula", disse o tucano.

O deputado federal Gustavo Fruet, indicado para integrar a CPI dos Correios, disse que o agravamento da crise política não ameaça a estabilidade econômica, e que esse suposto risco não pode ser utilizado como pretexto para impedir a investigação das recentes denúncias de corrupção em órgãos e empresas públicas.

Já o PMDB assumiu uma certa neutralidade no tiroteio, sem se posicionar em defesa do aliado PT. "As pesquisas mostram que a população está perdendo a confiança no governo depois de todos esses escândalos. Isso tudo está trazendo um prejuízo incalculável a todos nós políticos", disse o presidente estadual do PMDB e líder do governo na Assembléia Legislativa, Dobrandino da Silva.

Sem mesada

O presidente do PL no Paraná, deputado Pastor Oliveira Filho, afirma que as declarações de Jeferson não têm a menor procedência. "Em nenhum momento eu recebi qualquer quantia em dinheiro do governo. A única verba que o Partido Liberal no Paraná recebe é alocação de recursos partidários vindos diretamente do PL nacional. E na quantia de R$ 7 mil. Dinheiro usado para a manutenção do partido", disse. Oliveira Filho assegura ainda que em nenhum momento integrantes do PL paranaense tiveram qualquer notícia sobre o "mensalão".

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