O movimento do presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), para impedir a aliança da regional catarinense do partido com o DEM e o PSDB do presidenciável tucano José Serra causou uma crise que saiu dos limites de Santa Catarina e da própria legenda e chegou ao Maranhão da governadora Roseana Sarney (PMDB).
Decidido a exigir respeito dos catarinenses à chapa da petista Dilma Rousseff, onde figura como candidato a vice-presidente, Temer viajou para a Europa deixando encomendada a intervenção no diretório de Santa Catarina. O DEM deu o troco, falando em intervenção para romper aliança com o PMDB maranhense.
Na troca de tiros, o poder de fogo do DEM pode ser medido pelo tempo do partido na propaganda eleitoral gratuita que será veiculada por 45 dias pelas emissoras de rádio e televisão maranhenses. Roseana pode perder preciosos 2 minutos e 37 segundos diários no programa de televisão, caso a regional maranhense do DEM lhe negue apoio ao projeto de reeleição, em represália à intervenção nacional do PMDB para impedir a parceria entre os dois partidos em Santa Catarina.
Foi esse o recado que o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), fez chegar ao presidente do Senado e pai de Roseana, José Sarney (PMDB-AP), antes da primeira reunião da Executiva Nacional, terça-feira passada. Àquela altura, o próprio Temer já havia conversado com o deputado ACM Neto (DEM-BA) sobre a aliança no Maranhão, quando foi tratado o caso de Santa Catarina, um dos raros Estados em que o DEM pode vencer a corrida estadual com candidato próprio. Lá, o partido quer eleger o senador Raimundo Colombo governador, em aliança com peemedebistas e tucanos.
O que deixou Temer furioso foi o anúncio-surpresa do presidente do PMDB catarinense, Eduardo Pinho Moreira, na segunda-feira, dando conta de que ele desistia da candidatura ao governo em favor da tríplice aliança. Ele próprio se lançou vice na chapa de Colombo.