A CPI da JBS aprovou nesta terça-feira, 3, o requerimento para convocar o ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) Vinícius Marques de Carvalho. O objetivo é de que ele esclareça informações sobre suposta interferência do órgão de controle em negócios do grupo J&F.

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O Ministério Público Federal investiga um contrato de R$ 406,6 milhões assinado entre uma termelétrica do grupo e a Petrobras para fornecimento de gás boliviano depois de suposta interferência do Cade.

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Além da convocação de Carvalho, o presidente da CPMI, Ataídes Oliveira (PSDB-TO), também colocou na pauta a convocação da advogada Fernanda Tórtima, que trabalhou para o grupo J&F durante as negociações da delação premiada de executivos da empresa. A advogada deixou o caso após seu nome ser citado em conversas gravadas entre o empresário Joesley Batista e o diretor Ricardo Saud.

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No áudio, entregue pela própria JBS ao Ministério Público Federal, Joesley afirma que a advogada tentava evitar que os delatores incluíssem ministros do Supremo Tribunal Federal e o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo em sua delação.

Protestos

O pedido para ouvir a advogada, porém, gerou protestos na CPMI. O deputado Delegado Francischini (SD-PR) questionou a necessidade de se ouvi-la neste momento, enquanto os parlamentares ainda não receberam as informações solicitadas de outros órgãos. “Eu não entendo ainda a necessidade da participação deles (advogados) na CPMI”, disse Francischini, justificando a necessidade de ter mais informações para questionar Fernanda Tórtima.

O deputado João Gualberto (PSDB-BA) também questionou a convocação de mais um nome ligado à JBS e antecipou seu voto, dizendo que seria contra chamar a advogada. “Só voto agora se for para convocar político”, disse. Questionado pelo relator, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), sobre qual político gostaria de convocar primeiro, citou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Diante dos protestos, Ataídes desistiu de colocar o requerimento em votação.

Depoimentos

Na reunião desta terça-feira, a CPMI ouve os primeiros depoimentos relacionados ao caso. Pela manhã, o advogado Márcio Lobo, que representa Associação de Acionistas Minoritários (Aidmin) criticou o acordo de leniência firmado pela empresa e defendeu a prisão dos irmãos Joesley e Wesley Batista, suspeitos de insider trading.

Segundo ele, o caso deve “servir de lição” para que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) fiscalize com mais rigidez as operações de grandes empresas no mercado financeiro. “Espero que seja lição para a CVM, para que cumpra sua missão de fiscalizar. Espero que puna quem comete esses gravíssimos, crimes que lesam o País”, disse Lobo aos parlamentares em referência à inédita prisão dos irmãos Batista por insider trading. Por volta das 12h20, o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho começou a ser ouvido na CPMI.