O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Grampo, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), afirmou neste sábado (6) que, na quarta-feira, a comissão vai votar requerimento de convocação do diretor da Divisão de Inteligência da Polícia Federal (PF), Daniel Lorenz, e dos dois arapongas citados pela reportagem da revista IstoÉ como responsáveis pela escuta telefônica ilegal de conversas de parlamentares, ministros e autoridades do Judiciário: Francisco Ambrósio do Nascimento e Márcio Seltz. “A PF e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tiveram participação na escuta ilegal e as duas estruturas se complicaram”, afirmou.
“Não é a primeira vez que isso acontece no âmbito da Polícia Federal, o que mostra que setores da PF estão funcionando de forma indevida”, disse Itagiba. Segundo ele, o esquema montado para as investigações da Operação Satiagraha é o que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, definiu como “milícias”. “As pessoas ficam dentro da estrutura do Estado e deixam de cumprir suas obrigações para fazer aquilo que acham que deve ser feito”, disse o deputado.
Para Itagiba, a PF e a Abin não estão desempenhando suas funções de maneira correta. Ele criticou também a atuação do Ministério Público (MP), “que precisa investigar sem querer, porém, ser polícia”. O presidente da CPI afirmou que a partir do momento em que a PF não ofereceu condições para que o delegado Protógenes Queiroz prosseguisse nas investigações da Operação Satiagraha, o diretor-geral da Abin, Paulo Lacerda, colocou algumas pessoas para ajudá-lo.