Os deputados que integram a Comissão Parlamentar do Inquérito (CPI) dos Portos definiram, ontem, seis supostas irregularidades na gestão anterior do Porto de Paranaguá que serão investigadas pela comissão. As ilegalidades foram alvo da operação Dallas, da Polícia Federal, em janeiro deste ano.
A CPI investigará as denúncias de desvio de até quatro mil toneladas de grãos por safra, o que renderia até R$ 9 milhões de lucro; fraude no software que pesa os produtos na entrada do porto; desvios na esteira chamada de Dallas (nome que batizou a operação da PF) e na retenção técnica; suposto esquema para a compra de uma draga de uma empresa de Londrina no valor de Us$ 46 milhões, que, segundo a PF, US$ 5 milhões seriam desviados; desvio de dinheiro a partir do Termo de Ajustamento de Conduta; e desvio com empresas “laranjas”, em especial, no setor de limpeza.
Os deputados devem se reunir, na próxima semana, com integrantes da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas do Estado. O encaminhamento de requerimentos a esses órgãos, solicitando acesso às denúncias que envolvem os portos paranaenses, foi aprovado ontem, quando foi definido, também, o cronograma de trabalhos.
Os encontros com essas autoridades devem ocorrer na manhã da próxima terça-feira (14). E a meta é solicitar aos órgãos federais o repasse de informações sobre as operações “Dallas” e “Águas Sujas”, que já apuram supostos desvios cometidos nos portos paranaenses.
“Vamos buscar informações que possam subsidiar o início dos trabalhos da CPI. Queremos aprofundar as investigações feitas até agora pelas autoridades federais, mas principalmente oferecer soluções para que os problemas detectados nunca mais ocorram”, explicou o deputado Douglas Fabrício (PPS), presidente da CPI.
Durante a reunião de instalação o parlamentar antecipou que a CPI pretende integrar suas ações com os trabalhos de investigação que já vem sendo desenvolvidos pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e Receita Federal. Os portos do estado são alvo de investigações que apontam fraudes em contratos de prestação de serviços e desvios de cargas.
Assim, a CPI pretende convocar para prestar esclarecimentos os atuais diretores e também os ex-diretores da instituição. “Temos a grande preocupação de buscar esclarecimentos sobre essas denúncias que prejudicam o desenvolvimento do Paraná”, disse o presidente da CPI.