No relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) dedicou 20 páginas às supostas irregularidades envolvendo o sócio-fundador do Banco Opportunity, Daniel Dantas, com o valerioduto. À época do trabalho, concluído em abril de 2006, Serraglio propôs o indiciamento de Dantas por suspeita de tráfico de influência, sonegação fiscal e corrupção ativa.
Segundo a CPI, empresas controladas pelo banqueiro foram abastecedoras do valerioduto, injetando recursos nas firmas do empresário Marcos Valério, que os teria repassado para políticos e autoridades. Valério é réu no processo do mensalão. No texto, Serraglio descreve a existência de uma rede de troca de recursos tráfico de influência e pagamentos entre as empresas de Valério e as gerenciadas por Dantas e cita até a destruição de notas fiscais que mostrariam a natureza dos serviços prestados.
No capítulo intitulado "O Opportunity e o Esquema Marcos Valério", o relatório da CPI diz que "no curso das investigações revelou-se que a Telemig Celular S/A e Amazônia Celular S/A eram dois dos principais clientes das empresas de Marcos Valério Fernandes de Souza, confessadamente o operador dos pagamentos feitos a parlamentares". O relatório afirma que "empresas controladas pelo Grupo Opportunity, Telemig Celular S/A e Amazônia Celular S/A realizaram em conjunto pagamentos da ordem de R$ 152.458.434,00 desde 2000".