CPI do Pedágio ouve mais três depoimentos

A se julgar pelos depoimentos de ontem na CPI, o pedágio em si não é o grande problema. Os usuários podem discordar das tarifas, mas querem rodovias em boas condições e admitem que isso reduz despesas com a conservaçãos dos veiculos. a CPI do Pedágio reuniu-se ontem de manhã, na Assembléia Legislativa, para ouvir o engenheiro Antonio Celso Ferreira, ex-presidente da Comissão Tripartite do governo estadual, Luiz Anselmo Trombini, presidente da Federação das Empresas de Transportes do Paraná – Fetranspar, e Dilmar Bueno, presidente do Sindicato dos Caminhoneiros do Paraná -Sindican.

Ferreira explicou a metodologia de funcionamento da Comissão Tripartite e os critérios utilizados para fiscalizar a atuação das concessionárias ao longo do ano. Eram feitas seis fiscalizações por semestre. Sublinhou também que as concessionárias atenderam às solicitações da comissão utilizando materiais de alta qualidade e tecnologia de ponta. E que enquanto a Comissão atuou, as concessionárias atenderam as requisições sem opor obstáculos. Como técnico e usuário, disse que não recomendaria a extinção do pedágio por não antever outra solução econômicamente viável no momento.

Custos menores

Luiz Anselmo Trombini, presidente da Fetranspar, relatou que estudos recentes mostram que estrada bem conservada diminui os custos do setor. Disse que no início da implantação do pedágio posicionou-se contrário. Entretanto, com o passar dos anos percebeu que o investimento no pedágio tem como retorno a conservação dos caminhões, e redução de tempo e de riscos no trajeto por estradas bem conservadas. Defendeu maior fiscalização sobre o Vale Pedágio.

O último a depor foi presidente do Sindicato dos Caminhoneiros do Paraná, Dilmar Bueno, que expôs as dificuldades encontradas pela categoria, desde o custo dos combustíveis até as filas enfrentadas para embarcar soja no porto de Paranaguá.

Deputados fazem protesto

Os deputados do PMDB, PT, PPS e aliados do PDT vão participar de uma operação de bloqueio das praças de pedágio no feriado de 1.º de Maio, na quinta-feira da próxima semana. O envolvimento da base de aliada do Palácio Iguaçu na manifestação, que está sendo convocada por um movimento reunindo os partidos governistas, tem o objetivo de dar amparo político para o governador Roberto Requião (PMDB) e executar a sua ameaça de romper os contratos com as empresas concessionárias do pedágio.

O governo continua negociando com as operadoras do pedágio uma redução na tarifa. O prazo estabelecido pelo Palácio Iguaçu para que haja um acordo é 13 de maio. De acordo com deputados do PMDB, se até esta data governo e empresas não se entenderem, a alternativa de Requião é anular os contratos por decreto. “Nós, os deputados, temos que dar amparo político para o governador executar a decisão de abaixar ou acabar com o pedágio. Se começar a demorar muito, vai gorar”, afirmou o deputado Nereu Moura (PMDB).

O líder do PMDB na Assembléia, deputado Antonio Anibelli, participou ontem de uma manifestação na BR-277, entre Ponta Grossa e Curitiba. Os protestos começaram na sexta-feira passada, no Porto de Paranaguá. Os organizadores das manifestações pretendem apresentar ao governador um abaixo-assinado com quinhentas mil assinaturas em favor da redução das tarifas.

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