A CPI do Banestado na Assembléia Legislativa entregou ontem de manhã à procuradora-geral de Justiça, Maria Tereza Uille Gomes, o relatório final da investigação que realizou ao longo de oito meses. Agora cabe aos promotores a decisão de pedir ou não a punição dos envolvidos nas irregularidades apontadas pelos deputados. O presidente da comissão, deputado Neivo Beraldin (PDT), compareceu à Procuradoria Geral de Justiça acompanhado pelos deputados Ademir Bier (PMDB), Francisco Buhrer (PSDB), Luciana Rafagnin (PT) e Aílton Araújo (PTB).
O relatório tem quase 39 mil páginas com depoimentos, cópias de extratos com a movimentação de contas que tiveram o sigilo bancário quebrado pela Justiça, e demais documentos recolhidos pelos parlamentares. Cópia dessa documentação também será encaminhada ao juiz da 2.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, Sérgio Moro. Segundo os deputados, a má administração do banco gerou ao Estado um prejuízo de R$ 10 bilhões.
Providências
O Ministério Público informou que já tem instaurados mais de 30 procedimentos investigatórios envolvendo o Banestado, incluindo questões como saneamento/ privatização, avaliação de operações irregulares e manutenção das contas do Estado no Itaú. Também ajuizou cerca de dez ações civis públicas e de improbidade administrativa relacionadas ao Banco do Estado do Paraná. Em tese, o relatório da CPI poderá ajudar a instruir as inveSstigações já existentes ou fornecer dados para instauração de novos procedimentos investigatórios.
Com o recebimento do relatório final da CPI, os documentos serão encaminhados à Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público, onde serão analisados previamente. Até o final de dezembro, o MP deverá emitir nota oficial dando conta das providências que serão tomadas a partir das conclusões e da documentação reunida pela Comissão Parlamentar de Inquérito.
