Pelos cálculos do relator, deputado Mário Bradock (PMDB), o relatório final da CPI da Terra na Assembléia Legislativa será lido em plenário na próxima segunda-feira (dia 6), dispensando a necessidade de uma nova prorrogação dos trabalhos. A comissão encerrou sua agenda de atividades na segunda-feira, quando seus membros retornaram de uma visita de cinco dias a assentamentos, acampamentos, invasões e cooperativas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, em vários pontos do Estado.
Bradock adianta que vai incluir em seu relatório, que será discutido e votado primeiramente no âmbito da comissão, pedidos de indiciamento de pessoas que estariam cometendo ou fomentando irregularidades. Segundo ele, não há uma fiscalização efetiva da aplicação das verbas do Pronaf nem da assistência técnica que deveria ser fornecida aos assentamentos. Ele também vai sugerir a criação de uma comissão de caráter permanente, em conjunto com o Ministério Público, para acompanhar o desenvolvimento das questões agrária e fundiária no Paraná.
In loco
A comitiva iniciou seu programa de visitas nos assentamentos Ireno Alves e Marcos Freira, além da fazenda Araupel, em Rio Bonito do Iguaçu. Depois, esteve em Cantagalo, Mirador, Planaltina do Paraná, Santa Cruz de Monte Castelo e Querência do Norte. Em Planaltina, os deputados foram impedidos de entrar na fazenda Santa Filomena pelos acampados, mas na fazenda São francisco conseguiram conversar com os invasores, que expuseram as suas expectativas.
Em várias propriedades foi possível constatar que parte dos assentados originais deixaram os lotes, que os assentados e o Incra redistribuíram através de uma seleção, seguida de votação registrada em ata. Em Querência do Norte, o grupo visitou o assentamento do Pontal do Tigre, foi impedida de visitar a invasão da Fazenda Água da Prata e esteve na Fazenda Porangaba 2 onde, segundo Bradock, o assentamento é bem sucedido, com lotes bem cuidados e cultivados.