A CPI da Terra volta a se reunir hoje na Assembléia Legislativa, para ouvir depoimentos sobre a questão fundiária. A sessão está marcada para às 9h30, no Plenarinho da Casa. O primeiro depoimento é o de Eraldo Correia do Nascimento, proprietário da fazenda Santa Amélia, na Lapa. Em seguida a comissão, que é presidida pelo deputado Élio Rusch (PFL), vai ouvir o arrendatário da fazenda Água da Prata, em Querência do Norte, Vanderlei Hillen de Lucca. O objetivo da comissão é fazer um painel o mais amplo possível da questão fundiária no Paraná, mapeando propriedades produtivas, assentamentos, invasões, processos na esfera judicial, o modelo e a política agrícola e sua aplicação.
Na reunião de instalação, a CPI listou mais de vinte e sete depoimentos a serem colhidos, mas sua confirmação não está sendo uma tarefa fácil. O advogado Darci Frigo, considerado uma autoridade no assunto, não compareceu, alegando estar envolvido nos preparativos para um congresso de Direitos Humanos, que acontecerá em Curitiba, no mês que vem.
Proprietários convocados também nem sempre aceitam o convite. Vários tiveram suas propriedades invadidas, enfrentaram longos processos judiciais para obter a reintegração de posse e outra batalha para conseguir que fosse cumprida no tempo determinado pela Justiça. Em função disso, têm preferido o silêncio para não se exporem a eventuais represálias.
A de hoje será a segunda sessão pública da CPI. Na primeira foram ouvidos representantes da Federação da Agricultura do Estado do Paraná – Faep – e do Instituto Ambiental do Paraná – IAP, que falaram sobre a legislação fundiária brasileira e efeitos das invasões e dos assentamentos sobre o meio ambiente. A comissão é composta por quinze membros. Seu vice-presidente é o deputado José Maria Ferreira (PMDB), e o relator é o deputado Mário Bradock (PMDB).