CPI da Petrobras aprova plano de trabalho

A CPI da Petrobras no Senado aprovou nesta quarta-feira o plano de trabalho da comissão mirando a oposição. Sobre a prerrogativa de poder acrescentar fatos correlatos à investigação, o relator José Pimentel (PT-CE) deixou claro no documento a intenção de investigar o Porto de Suape, num ataque ao presidenciável pelo PSB, Eduardo Campos.

O plano também coloca como alvo de apuração o naufrágio da plataforma P-36, na Bacia de Campos, em 2001, durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A convocação do ex-diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP), David Zylbersztajn, ex-genro de FHC, é mais uma tentativa de atingir o governo do tucano.

A manobra atende aos interesses do governo, que teve impedida por uma liminar da ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber a ampliação do escopo da investigação. Pimentel disse que a sugestão “não saiu um milímetro” da determinação do STF. “A Abreu e Lima e a Petrobras pagaram para várias operações para viabilizar acesso a Suape. A apuração vai ser técnica”. O relator relatou ainda a possibilidade de adicionar fatos conexos ao longo da investigação, ao justificar a menção à Suape.

O cronograma de Pimentel elenca questões que a comissão deve tentar responder, documentos a serem solicitados, bem como as autoridades a serem ouvidas. Foram aprovados 74 requerimentos de convocação e convite. Ao final da reunião, o presidente Vital do Rêgo (PMDB-PB) marcou para a próxima terça-feira, às 10h15, o depoimento da presidente da Petrobras, Graça Foster. No mesmo horário de quinta-feira ficou agendada a oitiva do antecessor, José Sérgio Gabrielli.

Apenas um requerimento foi rejeitado. O tucano Cyro Miranda (GO) pediu o convite do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para explicar a compra da refinaria de Pasadena. “O mandatário era o senhor Lula e ele deveria saber de tudo o que estava acontecendo. Por isso acho que o depoimento dele é muito importante”, destacou o senador, único da oposição a participar das reuniões da CPI hoje. “Requerimento que convoca o ex-presidente não tem relação com o que nós estamos investigando”, rebateu Pimentel.

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