A disputa entre PT e PSDB na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Bancoop, na Assembleia Legislativa de São Paulo, impediu a apreciação dos 14 requerimentos apresentados pelos deputados e adiou mais uma vez a votação do pedido para ouvir o tesoureiro do PT e ex-presidente da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, João Vaccari Neto, e o promotor de Justiça José Carlos Blat.
O impasse começou quando o deputado Bruno Covas (PSDB) pediu vistas ao pedido, de autoria do PT, para que Vaccari e Blat deponham. Depois da manobra, os petistas pediram vistas a todos os outros 13 pedidos, que incluíam a convocação de cooperados e análise de documentação da Bancoop.
O presidente da CPI, Samuel Moreira (PSDB), decidiu convocar reunião extraordinária para sexta-feira, às 12h, com o objetivo de apreciar e votar os requerimentos. “Se percebermos que a estratégia é ir adiando os depoimentos, vamos convocar quantas sessões extraordinárias forem necessárias”, garantiu Moreira.
O deputado Vanderlei Siraque (PT) sugeriu que os tucanos não têm intenção de esclarecer o caso. “Não querem ouvir o denunciante e o denunciado? São as figuras principais. A impressão que dá é que não querem apurar nada. Eles têm medo que a CPI ande rápido?”, questionou o deputado.
Moreira defendeu a ação de Covas. “Ele argumentou, e eu achei coerente, que não temos os documentos da Bancoop nem o inquérito policial. É preciso um diagnóstico mínimo, de preferência completo, sobre a situação dos cooperados e da cooperativa antes de ouvir Vaccari e Blat.”
Os requerimentos podem, no entanto, não ser votados na próxima sessão extraordinária, uma vez que cada deputado pode pedir vistas aos requerimentos. “Foi um erro a convocação da reunião extraordinária. Eu duvido que eles compareçam”, disse Siraque.