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Foto: Agência Brasil

Silvio vai ter que explicar suas declarações na CPI.

O ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira, o Silvinho, foi localizado ontem, às 16h pela Polícia Federal, em São Paulo, e assinou intimação para ir à CPI dos Bingos e esclarecer suas denúncias sobre o valerioduto. O depoimento foi marcado para amanhã, às 11 horas. Em entrevista ao jornal O Globo, publicada anteontem, ele revelou que o empresário Marcos Valério tinha planos de faturar R$ 1 bilhão no governo Lula. E disse que cumpria ordens do presidente Lula, do ex-ministro José Dirceu, do senador Aloizio Mercadante e do ex-presidente do PT José Genoino.

Ontem, o presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), pediu ajuda da PF para localizá-lo. Desde cedo, a oposição prometia levar Silvinho à CPI dos Bingos mesmo que fosse preso e ameaçava até abrir nova CPI se os governistas tentarem impedir o depoimento. O líder do PFL no Senado, Agripino Maia (RN), disse que, se o depoimento for retardado, "não restará alternativa senão a CPI do Silvinho". Para ele, a depender do depoimento, a oposição pode retomar o tema do impeachment do presidente Lula. "Os fatos são graves."

Antes da intimação, Efraim garantiu que Silvinho vai depor "sem nenhuma dúvida". "Mandaremos a CPI trazer Silvio Pereira, mesmo preso." A convocação foi aprovada em outubro. Silvinho não apareceu duas vezes e a CPI desistiu de ouvi-lo. Efraim disse que será votado também pedido de convocação de Valério. "Espero que seja aprovado por unanimidade." Foi marcada para amanhã uma reunião dos partidos de oposição.

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Durante todo o dia, os governistas insistiram em que as denúncias não são assunto da CPI dos Bingos. "Se houver elementos novos, tem de mandar para a PF, o Ministério Público, o Judiciário. Esse fato já foi investigado", disse o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). "Fato novo para uma investigação que já se fez tem de mandar para o canal competente." Mais tarde, Renan, cobrado por Efraim, disse que não tinha intenção de cercear a CPI.

O líder do governo no Congresso, senador Fernando Bezerra (PTB-RN), foi pela mesma linha, embora avisando que não tratou do caso com nenhum integrante do governo. "O foro adequado é o Ministério Público, se há fatos novos. Não vejo conexão do Silvio Pereira com a CPI. Mas pessoa que dá um espirro mal dado já é chamada na CPI dos Bingos. Não são declarações soltas que devem levar a uma convocação. O Congresso não é delegacia de polícia."

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A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), disse que o governo Lula investigou empresas de Valério, cobrou na Justiça uma dívida de R$ 64 milhões da agência DNA e processou o empresário. "Os interesses de Valério não foram atendidos no governo Lula", insistiu.