Os depoimentos da CPI da Copel apontam cada vez mais para o ex-presidente da empresa, Ingo Hubert, como responsável pelos contratos lesivos à empresa assinados durante sua gestão no governo passado. Ontem, a advogada Hortênsia Tardelli, que analisou o contrato entre a Copel e a UEG, que somou prejuízos de cerca de R$ 74 milhões para a estatal nos últimos meses, disse que foi intimada pela diretoria, a não questionar os números da negociação que envolveu compra e venda de energia.
“Gostaria de entender alguns números, mas falaram para eu não me intrometer”, disse Hortênsia. Ela se referiu ao ex-diretor de Participações, Mário Bertoni, que depôs na CPI, mas deve ser reconvocado para novas explicações. Segundo o deputado Marcos Isfer (PPS), presidente da Comissão, isso ratifica algumas suspeitas da CPI. “Tudo nos leva a crer que esses contratos foram assinados conforme orientações do presidente”, afirmou Isfer.
A sessão de ontem foi uma das mais longas desde a instalação da CPI, em março. Em cinco horas foram ouvidos Ricardo Portugal Alves, André Grochewski Neto, Sergio Luiz Molinari, Luiz Fernando Viana, Cezar Antônio Bordin, além de Hortênsia Tardelli.