CPI cancela sessão e abre espaço para Conselho de Ética analisar caso de Cunha

A CPI de Maus Tratos de Animais cancelou a sessão que realizaria na manhã desta quinta-feira, 19, no mesmo horário e local da reunião do Conselho de Ética. Com isso, o plenário 9 da Câmara fica livre para a votação do parecer preliminar pelo seguimento do processo de cassação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O presidente da CPI é o deputado Ricardo Izar (PSD-SP), ex-presidente do conselho e atual suplente do colegiado. A decisão foi tomada no final da noite de quarta, 18.

Até então, a reunião do Conselho de Ética marcada às 9h30 com o objetivo de apreciar o relatório prévio a favor da admissibilidade do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), corria o risco de não acontecer. O presidente do colegiado, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), havia sido comunicado que dos 14 plenários destinados às comissões, nenhum estaria disponível para a sessão do Conselho.

Araújo explicou que o agendamento do espaço foi acertado há 15 dias. Na noite de quarta, ele foi informado que o local reservado para o Conselho havia sido reservado pela CPI dos Maus Tratos contra Animais. O parlamentar tinha estranhado que, em plena quinta-feira, quando tradicionalmente há um esvaziamento da Casa, não há nenhuma sala para a realização da sessão. “Em 16 anos de Câmara, nunca vi isso numa quinta-feira”, comentou.

O deputado disse não acreditar que o peemedebista tenha manobrado para que a sessão não ocorra, uma vez que a reunião será apenas para apresentar o relatório prévio e já é dado como certo o pedido de vista, jogando a votação do parecer para a próxima terça-feira (24). “As evidências são claras. Quero saber o que está acontecendo”, insinuou Araújo.

Pressão

Mesmo com a sessão liberada para esta manhã, aumenta a pressão sobre os conselheiros para que Cunha ganhe sobrevida na Casa. Membros titulares do colegiado estão sendo sondados sobre como pretendem votar no processo. Um dos procurados foi o petista Zé Geraldo (PA), que garantiu que abordagem não teve um tom “indecente”. “Vão usar todas as armas que têm para pressionar”, prevê o deputado.

Segundo Zé Geraldo, o PT não fechou questão sobre o caso, ou seja, a tendência é que os três petistas titulares votem pelo prosseguimento da ação contra o peemedebista. O próprio deputado disse que acompanhará a recomendação do relator.

Fausto Pinato protocolou o parecer prévio na última segunda-feira e voltou para o interior de São Paulo. O parlamentar de primeiro mandato seguiu orientação do presidente do Conselho para ficar longe da Câmara e evitar assim o contato com aliados de Cunha e adversários do peemedebista. “A pressão está muito grande, dos dois lados”, relatou um parlamentar próximo de Pinato.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna