O PSC fará uma aliança com o PT e, ao invés da candidatura a prefeito do deputado federal Ratinho Junior, indicará o candidato a vice-prefeito na chapa de Gleisi Hoffmann para disputar a prefeitura de Curitiba. O nome da vez é o do ex-vereador de Curitiba Borges dos Reis, que será anunciado até o início da semana e homologado na convenção do PSC marcada para o próximo sábado, dia 28.
Externamente, a direção do PSC ainda sustenta que está trabalhando para buscar alianças que dêem suporte à candidatura de Ratinho Júnior a prefeito. ?Até segunda ordem, o deputado Ratinho ainda é candidato?, desconversou Borges dos Reis. Mas nos bastidores, já é confirmada a composição dos dois partidos. Borges dos Reis foi vereador em Curitiba pelo PSDB em dois mandatos, de 92 a 2000. É ligado ao senador Flávio Arns e teve uma passagem pelo PT, antes de se filiar ao PSC.
Sua participação na chapa de Gleisi pode ajudar a resolver um problema interno. O senador Flávio Arns anunciou que não faz campanha para Gleisi, em Curitiba. São seqüelas da campanha de 2006, quando Arns foi candidato ao governo e se sentiu preterido pela cúpula do PT, que teria dado prioridade à eleição de Gleisi para o Senado.
Sem volta
Até ontem à tarde, setores do PT esperavam atrair ainda o apoio do PCdoB. Os ministros Orlando Silva (Esportes) e Paulo Bernardo (Planejamento), marido da candidata à prefeitura, iriam conversar à noite sobre a possibilidade de uma composição. Orlando Silva é da cota do PCdoB na coalizão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Mas as articulações não entusiasmaram o pré-candidato a prefeito, Ricardo Gomyde. Ele, que chegou a ser cogitado para ser vice na chapa do PT, antes do partido fechar o acordo com o PSC, disse que não abdica da candidatura a prefeito. ?Não tem mais volta. Há uma diretriz nacional do PCdoB para que o partido lance candidatos em todas as capitais?, justificou. Ele disse ainda que o partido tem tempo de propaganda suficiente no horário eleitoral gratuito – são mais de dois minutos – para dar suporte a uma candidatura própria.
Gomyde lembrou que já foi candidato a vice-prefeito numa coligação com o PT, em 2004, na chapa do deputado federal Angelo Vanhoni. ?Daquela vez, a aliança era muito mais ampla. Agora, entendo que essa aliança não é vantajosa para nenhum dos dois partidos. Não faz sentido aceitar uma composição. Nós queremos eleger três vereadores e eu já estou maduro para a experiência de ser candidato a prefeito. Não mais vice?, afirmou.
A disputa proporcional também é importante, destacou Gomyde. Desta vez, o PCdoB acha que pode ser mais bem sucedido na eleição para a Câmara com um candidato próprio do que aliado ao PT, como ocorreu várias vezes nas eleições municipais, em Curitiba. Atualmente, o partido tem um vereador – Luiz Stelfeld – e planeja eleger três cadeiras.