Costa teria privilegiado Minash antes de deixar ministério

Candidato ao governo de Minas Gerais, o senador Hélio Costa (PMDB) se desincompatibilizou no fim de março do Ministério das Comunicações, mas deixou pronto um edital de licitação para levar internet sem fio a 163 municípios, um investimento de R$ 100 milhões. No edital, duas coincidências. Na primeira, o Estado dele é o que tem o maior número de cidades selecionadas para receber a internet bancada pela pasta. A outra é que, sozinho, o PMDB, partido do ex-ministro e pré-candidato ao governo mineiro, administra 37% destes municípios.

O edital foi lançado na terça-feira da semana passada. O leilão para que as empresas forneçam os sistemas de implantação da internet sem fio está previsto para 12 de maio. As coincidências no edital foram reveladas ontem pelo jornal Folha de S.Paulo. Todos os passos do processo de licitação estão sendo dados a dois meses da campanha eleitoral e no momento em que o Planalto avalia o lançamento de um programa nacional de banda larga, o que evitaria a pulverização em programas setoriais, por ministério.

Além do privilégio a municípios mineiros e do PMDB, chama atenção o fato de o PT, que pode ser o aliado de Hélio Costa em Minas, ter sido o outro partido da base aliada com maior número de cidades escolhidas para o programa de internet sem fio. O PT teve 36 prefeituras escolhidas, contra 18 do PP, 7 do PSB, 7 do PTB e 6 do PR. Tucanos e democratas, que administram 1.390 cidades, conseguiram colocar duas prefeituras na lista do edital, um município cada um.

A assessoria do ministério afirmou que os critérios foram “técnicos”, que o ex-ministro e o atual, José Arthur Filardi, não selecionaram as cidades e que o programa é “complementar” ao plano da banda larga coordenado pelo Planalto.

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