Afastado do cargo, o corregedor-geral do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Roberto Wider, anunciou ontem que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão de controle do Judiciário. Por unanimidade, Roberto Wider foi afastado pelos conselheiros do CNJ sob a acusação de favorecer o lobista Eduardo Raschkovsky, que é acusado de vender decisões judiciais em troca de vantagens financeiras.
Além do afastamento, o CNJ abriu um processo administrativo disciplinar para investigar o favorecimento ao lobista. Wider informou por meio de uma nota que respeita, mas não concorda com a decisão do CNJ. As principais provas colhidas pela corregedoria do conselho foram as nomeações sem concurso de dois advogados para titulares de dois cartórios e a suposta retaliação contra uma tabeliã que teria deixado de repassar parte do faturamento ao escritório do sogro de Raschkovsky.
Em nota, o corregedor afastado argumentou que a nomeação provisória dos responsáveis pelo expediente dos cartórios é uma das atribuições da corregedoria “para assegurar que o serviço continue a ser prestado à população”. Wider também afirmou que o 15º Ofício de Notas foi objeto de dez processos administrativos, inspeções, correições e que a tabeliã recebeu punição disciplinar antes do início de seu mandato.