A nota publicada anteriormente tinha um erro no título. Os valores exportados para Angola pela Odebrecht pagos com recursos do BNDES somam mais de US$ 3 bilhões, e não de US$ 3 milhões, como constava. A informação do texto estava correta. Segue a nota com o título corrido.
O delegado da Polícia Federal (PF) Filipe Hille Pace, responsável pela Força Tarefa da Lava Jato, afirmou que foram constatadas interferências, em 2010, do ex-ministro Antonio Palocci para aumentar a linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinada a apoiar as atividades de empresas brasileiras em Angola, na África.
De acordo com a investigação da Polícia Federal, mais de US$ 3 bilhões em valores exportados para Angola pela Odebrecht foram pagos com recursos do banco estatal. A PF aponta indícios de que havia acerto prévio entre Marcelo Odebrecht, líder do grupo Odebrecht, e Palocci sobre a destinação dos recursos para Angola.
Outra acusação de interferência de Palocci apontada pela Polícia Federal se refere à exploração do petróleo na camada do pré-sal e à constituição da empresa Sete Brasil, onde a Petrobras tinha participação societária. A Sete Brasil ficaria responsável pela construção dos navios sondas que participariam das licitações para exploração do pré-sal.
O delegado Pace afirmou que Marcelo Odebrecht e Palocci trocavam informações extraoficiais para se atualizarem sobre o andamento das operações da Sete Brasil e da exploração petroleira. Palocci atualizava Odebrecht via Branislav Kaontic. Dessa forma, Odebrecht soube de convite para licitação do pré-sal antes da oficialização.