A nota enviada anteriormente contém incorreções nos nomes da ex-ministra Marina Silva e do pastor Marco Feliciano. Segue matéria corrigida.
A ex-ministra Marina Silva afirmou nesta quarta, 15, em entrevista à Rádio Jornal, no Recife, que o pastor e deputado federal (PSC-SP), Marco Feliciano, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, deve ser criticado pelas suas posições políticas e pela sua falta de preparo, mas não por ser evangélico. “É um erro criticar Feliciano por ser evangélico, não devemos combater preconceito com outro preconceito”, afirmou, ao defender que as críticas devem ser feitas pelas ações e atitudes das pessoas, “não porque se é ateu, evangélico, católico, espírita, judeu”.
“Não devemos fazer esse debate dessa forma”, reiterou, exemplificando com ela própria: “O despreparo da Marina é porque ela está despreparada e não porque é evangélica”. Como Feliciano, Marina também integra a Assembleia de Deus. O pastor considera o homossexualismo uma doença e prega a “cura gay”.
Marina já havia defendido sua posição na noite de terça-feira, 14, quando falou a estudantes da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Ela mostrou seu desagrado com a condução do debate em torno da legalização do aborto e homossexualismo e afirmou que Feliciano estava “sendo hostilizado mais por ser evangélico do que por suas declarações equivocadas”.
A ex-ministra defendeu que não se deve misturar religião e política. Lembrou que o estado laico é uma conquista e que as pessoas devem ser respeitadas independentemente da sua crença.
Governo Dilma
Questionada sobre o governo Dilma, a ex-ministra avaliou que “até agora é o governo do retrocesso na agenda ambiental, sem uma marca”. “É no governo da presidente Dilma que se retirou as competências do Ibama para fiscalizar desmatamento, é no governo da presidente Dilma que se aprovou uma lei para anistiar quem desmatou ilegalmente 40 milhões de hectares, é no governo dela que se mudou o Código Florestal, é no governo dela que se deu poderes a ela para diminuir as unidades de conservação já criadas pelos outros governos”, afirmou.
Marina observou que a presidente Dilma ainda tem tempo para fazer sua própria marca e torce para que ela faça um bom governo. “Fernando Henrique Cardoso foi a pessoa que ajudou a estabilizar a economia, o Lula na redistribuição de renda e justiça social, mas a presidente Dilma ainda não tem uma marca.”
Em cruzada pela viabilidade da criação do partido Rede Sustentabilidade, Marina chegou ao Recife na terça, 14, quando teve encontro com o governador Eduardo Campos (PSB), que assinou a petição pela criação do partido. Hoje, quarta, foi a vez do arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, engrossar o número de assinaturas pró-Rede.