A nota enviada anteriormente foi publicada sem o devido contexto. O ministro da Economia, Paulo Guedes, usou o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo para exemplificar a independência das instituições brasileiras. Segue o texto corrigido e com o devido contexto.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, minimizou a motivação do impeachment sofrido pelo ex-presidente Fernando Collor, no início da década de 1990. Na origem do processo estava a posse de um Fiat Elba, que revelou um esquema de lavagem de dinheiro no governo do primeiro presidente eleito pelo voto popular após a ditadura. O ministro fez a crítica durante palestra no Rio, num trecho em que exemplificou o fortalecimento das instituições democráticas, com o fato de um “Legislativo independente” ter feito dois impeachments, primeiro num governo tido como de direita e, mais recentemente, num governo tido como de esquerda.
“O cara cair por um Fiat Elba é dose. Vendo o que foi feito depois, quebraram a Petrobras, a Eletrobras, a Caixa, um Fiat Elba vou te contar. É uma vergonha alguém sofrer um impeachment por um Fiat Elba”, afirmou Guedes, arrancando risadas da plateia durante seminário sobre o risco Brasil, na Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Na palestra, Guedes contou que, à época do impeachment de Collor, em 1992, fez duas leituras do episódio, uma positiva, outra negativa. Na negativa, o ex-presidente foi afastado do cargo porque não era “de esquerda”. “Afinal de contas, após 20 anos de um regime de direita, que era a ditadura, a esquerda consegue finalmente promover eleições diretas, e ganha um cara que não é de esquerda”, disse o ministro.
A leitura positiva de Guedes destaca o fortalecimento das instituições, à luz de Adam Smith, que dizia “que não interessam as intenções, desde que os resultados estejam na direção correta”.
“Na democracia, é a mesma coisa. Não quero saber qual foi a intenção, se foi porque era de esquerda ou direita. Está criada a norma consuetudinária de que se alguém se comporta mal, o Legislativo independente tira o cara. Confirmou-se agora, com o Legislativo independente tirando a (ex-presidente) Dilma (Rousseff). Fez um impeachment à direita, depois fez um impeachment à esquerda. Ótimo!”, disse Guedes, para então concluir: “As instituições são independentes.”