Honras militares marcaram ontem a solenidade de posse do novo comandante-geral da PM do Paraná, coronel Mário Sérgio Nicolau. Ele assume o posto no lugar do coronel Gilberto Foltran, que ficou no cargo por vinte meses. O evento foi promovido às 10h, no quartel geral da PM, em Curitiba.
Em sua gestão, Mário Sérgio deve adotar como prioridades um trabalho de motivação interna da PM, a reativação do projeto Povo (Policiamento Ostensivo Volante), criado no primeiro governo de Roberto Requião, e a promoção de iniciativas que possibilitem uma maior integração entre as polícias Civil e Militar. “Pretendo trabalhar para que o relacionamento entre as polícias se torne cada vez mais estreito. É muito importante que trabalhemos em parceria”, ressaltou.
Segundo o novo comandante, o projeto Povo, já implantado por ele em Apucarana, deve ser reativado em todo o Estado. O objetivo é promover uma maior integração entre a PM e a comunidade. “A idéia é que os policiais estejam mais presentes nas ruas e passem a ser conhecidos da população. Assim, a comunidade também se sente mais segura para colaborar com nosso trabalho, fazendo denúncias e ajudando a identificar e localizar bandidos”, afirmou.
Para motivar o efetivo da PM, que hoje é de 16.700 pessoas, o novo comandante deve lutar pelo aumento salarial da categoria. Já foi aprovado, na Assembléia Legislativa do Paraná, um projeto que prevê um aumento de 30% sobre os salários, que deve ser pago em três vezes até janeiro de 2005. A liberação da verba deve ser negociada com o novo governo.
Quanto ao aumento do efetivo da PM, o governador Roberto Requião, que presidiu a solenidade, disse que não há previsões. De acordo com ele, aumento do efetivo significa redução do salário da PM. “Não adianta termos nas ruas policiais despreparados e sem condições para sobreviver de forma digna”, ponderou.
Ao assumir o comando, Mário Sérgio deixou o cargo de chefe do Estado-Maior da PM, que foi ocupado pelo antigo chefe da comunicação social da polícia, David Antônio Pancotti.
Currículo
O novo comandante é casado, tem 50 anos de idade e é formado no Curso de Formação de Oficiais da PM do Paraná, na Academia do Guatupê, e em Psicologia pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Ingressou na PM em 1971. Seus últimos cargos foram: chefe do Centro de Recrutamento e Seleção da PM, comandante do Batalhão de Polícia de Guarda, comandante do 10.º Batalhão da PM de Apucarana e chefe do Estado-Maior da PM.
Foltran faz auto-avaliação
Cintia Végas
Ao deixar o cargo de comandante-geral da PM, o coronel Gilberto Foltran fez um balanço positivo de seus vinte meses no cargo. “Saio com a sensação de dever cumprido”, avaliou. “Enfrentei muitos percalços e dificuldades, mas também tive muitas realizações.”
Foltran apontou como conquistas um início do resgate da auto-estima dos policiais, um maior diálogo entre o comando e a tropa, o resgate do prestígio da PM junto à população e a inauguração do Ginásio de Esportes e do Hospital Veterinário da PM.
Para ele, o novo comandante terá muitos desafios pela frente. “Os principais serão o aumento do efetivo e a implementação de aumentos salariais”, disse.