Coronéis vetam Xavier e impasse sobre comando da PM continua

Está difícil um entendimento entre o governador eleito, Roberto Requião (PMDB), e os onze coronéis da ativa da Polícia Militar sobre a indicação do futuro comandante da PM do Estado.

O tenente-coronel Nemésio Xavier de França, um dos nomes sondados inicialmente para o cargo, foi vetado pelo colegiado dos coronéis. A partir desta divergência, o governador eleito levantou a possibilidade de indicar um oficial das Forças Armadas para o comando da Polícia Militar.

A assessoria de Requião confirmou ontem que o impasse continua. O governador eleito retornou de Brasília no início da noite e somente hoje vai retomar as conversas sobre a composição da equipe. De acordo com a assessoria, o tenente-coronel não chegou a ser oficialmente convidado, mas apenas a cogitação do seu nome provocou a reação dos coronéis, que consideram sua indicação uma quebra de hierarquia na corporação.

De acordo com as normas internas da PM, a hierarquia da corporação recomenda que o governador eleito escolha o seu comandante entre os onze coronéis, que são de patente superior à de Xavier de França. Nada impede que Requião baixe um decreto comissionando Xavier de França ao posto de coronel. O governador eleito também pode trazer da reserva qualquer oficial superior da PM e devolvê-lo à ativa.

O tenente-coronel Xavier de França é amigo pessoal do governador eleito, com quem já trabalhou no seu primeiro governo. Ele concorreu a uma vaga de deputado federal pelo PMDB em 1998, mas não conseguiu se eleger.

Requião já quebrou os protocolos da PM ao convidar para a chefia da Casa Militar o capitão Anselmo José de Oliveira, que atuou na coordenação de sua segurança durante a campanha eleitoral. Neste caso, também é praxe que o chefe da Casa Militar seja um oficial de nível superior. O governador eleito deve promovê-lo assim que tomar posse.

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