Convenção das Assembleias de Deus deve decidir apoio

A mesa diretora da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) deve ter, nas próximas semanas, uma reunião para definir se vai apoiar algum candidato nas eleições para Presidência da República. “Estamos numa reta de chegada. Provavelmente até a semana de início da campanha de TV deveremos ter uma posição”, disse ao Broadcast Político, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real, o pastor Lelis Washington Marinhos, presidente da comissão política da CGADB. O programa eleitoral gratuito começará no dia 19 de agosto.

Lelis, que preside a comissão política composta por outros quatro pastores, preferiu não dizer qual a sua inclinação política pessoal. Ele disse apenas defender as posições da Assembleia. Segundo Lelis, a comissão vai elaborar um parecer, a partir dos encontros realizados com candidatos presidenciais. Esse parecer será então levado à mesa diretora da congregação, composta por 13 membros. A decisão final caberá a essa mesa diretora. Apesar da expectativa de que essa reunião aconteça nas próximas semanas, não há um prazo formal, explicou Lelis.

A congregação pode escolher apoiar abertamente algum candidato ou pode se manter neutra. Em 2010, a CGADB apoiou o candidato do PSDB, José Serra. Neste ano, há um candidato evangélico, Pastor Everaldo, e uma vice de chapa, Marina Silva, do presidenciável Eduardo Campos, que é também integrante da Assembleia de Deus. Mas, segundo o pastor, a comissão política ouve a todas as propostas indiferentemente.

Até o momento, a CGADB foi procurada e realizou eventos, para mais de dois mil pastores, com Aécio Neves (PSDB), no dia 7 de julho, e ontem com o Pastor Everaldo (PSC), Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva. Ontem, a congregação recebeu Everaldo por volta das 9h30 e Campos e Marina por volta das 11h, relatou o pastor Lelis.

Segundo o pastor, essa reunião acontece toda primeira segunda-feira do mês e pode receber os candidatos quando estes procuram a CGADB. Lelis contou que Marina leu um versículo da Bíblia, em referência à importância da palavra. “Ela falou da importância da palavra dita.” Campos falou por cerca de 15 minutos, destacando mensagens de renovação na política e a proposta do ensino integral, além da promessa de destinar mais recursos para a saúde pública, relatou Lelis.

“Politicamente, acho que ele abordou assuntos genéricos, nenhum assunto específico de interesse da igreja”, disse o pastor. Segundo ele, o único candidato a defender bandeiras caras à Igreja, como não descriminalizar o aborto e não aprovar o casamento gay, foi o pastor Everaldo. “Ele disse ter compromisso com a família, especificou muito bem isso e que defende todas as nossas teses com relação aos princípios éticos e morais. Sem dúvida nenhuma, isso agrada ao público evangélico”, afirmou Lelis. Everaldo foi também o único a colocar em sua agenda pública de candidato o encontro com a CGADB. Aécio e Campos omitiram o compromisso nas agendas.

Segundo Lelis, nem outros candidatos ou a presidente Dilma Rousseff (PT) procuraram a entidade até esse momento para apresentar propostas. “Acho que, em 2010, também não fomos procurados por ela (Dilma), não. Ela não esteve aqui”, disse Lelis, ao lembrar ainda que, em 2006, o então candidato à reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, havia feito uma reunião com os pastores para apresentar seus projetos.

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