Controle da inflação continuará prioritário, afirma Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a garantir que o controle da inflação continuará prioritário em seu governo. Em discurso realizado durante homenagem que recebeu na manhã desta segunda-feira (16) na BM&F Bovespa pela conquista da classificação de grau de investimento pelo Brasil, Lula admitiu que o País enfrenta uma pressão da inflação sobre alimentos, que é um fenômeno global. Apesar disso, ele assegurou: "Nós temos de ter o compromisso de não permitir que a inflação atrapalhe o sonho que o País conquistou". Lula reafirmou que, embora haja um movimento mundial de alta de preços, não é possível permitir que os aumentos pequenos se expandam, colocando em risco as conquistas do País, nem as medidas de longo prazo

Lula disse que a crise de alimentos no mundo deveria ser classificada de "desafio". Ele assegurou que o Brasil tem condições de dar um grande salto de qualidade na área agrícola, e está preparado para levar seus combustíveis, como biodiesel, para o mercado internacional.

Apesar de afirmar que manterá a inflação sob controle em seu governo, Lula disse que os mecanismos utilizados para esse controle não devem prejudicar o crescimento sustentável do País. "O Brasil pode atravessar esta onda de crise mundial e continuar em um ritmo de crescimento sustentável", destacou. Ele lembrou que a taxa de investimentos, hoje em torno de 18% do Produto Interno Bruto (PIB), deve chegar a 21% em 2010.

Ao falar das medidas que seu governo vem tomando para controlar a inflação, Lula elogiou a postura do Banco Central, destacando que a política monetária em vigor vem garantindo o controle da inflação sem prejudicar o ritmo de crescimento da economia. "A inflação não é só responsabilidade do Banco Central e do (ministério da) Fazenda, mas de todos", afirmou.

Na avaliação do presidente, o Brasil atingiu um círculo virtuoso destacando que a aceleração do crescimento foi feita com a inclusão social. "Uma das maiores vantagens da economia brasileira é a potencialidade do seu mercado interno", destacou ele, citando alguns programas desenvolvidos por sua gestão, como Bolsa-Família e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Animado com o resultado da economia, Lula frisou: "Queremos ter pelo menos dez anos de crescimento sustentável para compensar os 20 anos sem crescimento no País".

Apesar das conquistas, Lula fez um "mea culpa", dizendo que ainda há muito a ser feito na área tributária e de regulação. O presidente voltou a dizer que o País pode atingir um crescimento médio de 5% este ano, e que as ofertas públicas devem fechar o ano em torno de R$ 200 bilhões.

Mercado de capitais

Ainda no discurso, que durou cerca de meia hora, Lula disse que o mercado de capitais tem uma função "primordial nesta etapa da história do Brasil". E disse que a conquista do grau de investimento pelo País "é um marco histórico, que transcende o próprio governo e uma política econômica específica". "O grau de investimento é um importante atestado da solidez da política econômica brasileira", afirmou.

Ainda sobre o mercado de capitais, ele disse que o Brasil não é mais uma província, mas uma potência. "Viver este momento (no Brasil) é quase chegar perto do paraíso", afirmou. Ao receber a homenagem na BM&F Bovespa, o presidente ganhou um boné e um jaleco da instituição. Ao colocar o boné, ele disse que não é sempre que um presidente pode receber homenagem de vários segmentos, citando os sem-terra, os sindicatos e a própria bolsa de valores.

Em seu discurso, Lula ironizou os pessimistas, que diziam que, se ele fosse eleito, o Ibovespa não passaria dos 20 mil pontos. E, hoje, a Bolsa opera na casa dos 67 mil pontos, após atingir a máxima recorde acima dos 73 mil pontos, a 73.780 pontos, durante sessão da Bolsa brasileira em maio. "Sempre haverá gente torcendo contra. E quanto maior o sucesso, maiores também as críticas. A verdade é que o País mudou de patamar e conquistou a solidez necessária para enfrentar as turbulências", afirmou.

O presidente Lula esteve acompanhado do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. Estavam presentes também o presidente executivo da BM&F Bovespa, Edemir Pinto, o presidente administrativo da BM&F Bovespa, Gilberto Mifano, e outras autoridades.

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