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Suco: notas fiscais.

Nem o atual presidente da Câmara de Curitiba e ex-líder do prefeito Luciano Ducci (PSB), vereador João Luiz Cordeiro (PSDB), mais conhecido como João do Suco, escapa das denúncias de irregularidades no gasto da verba de propaganda da Casa. Suco assumiu o comando em meados de março, após a renúncia de João Cláudio Derosso (PSDB), investigado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Ministério Público do Paraná (MP-PR) e alvo de ações judiciais por causa do uso ilegal do dinheiro de publicidade.

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Segundo documentos obtidos com exclusividade pela reportagem do jornal Gazeta do Povo e da RPC TV, Suco contratou como funcionário comissionado o jornalista Humberto Schvabe, sócio proprietário do jornal Gazeta do Bairro. A publicação recebeu pelo menos R$ 75 mil do Legislativo nos últimos cinco anos, inclusive após a eleição de Suco para a presidência. A lei de licitações proíbe servidor público de prestar serviços extras ao poder público.

Contrato

Schvabe trabalhou na Câmara por quase um ano e três meses. Inicialmente, no período em que Suco foi líder do PSDB, entre março e dezembro de 2010. Depois, no gabinete do vereador, de dezembro de 2011 até o dia 1.´ deste mês, quando foi exonerado. Enquanto Schvabe esteve na liderança do PSDB, a empresa da família dele continuou recebendo dinheiro público, revelam notas fiscais de junho e julho de 2010.

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O atual presidente admite a ligação com o jornal: “Se você pegar todos os jornais Gazeta do Bairro, desde lá o início da publicação, temos atividades nossas lá prestando serviço à comunidade”. A verba era justificada por notas fiscais emitidas pela microempresa Neide Ferreira Seco Schvabe, esposa de Humberto Schvabe e proprietária do jornal.

Defesa

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João do Suco desligou Humberto Schvabe 13 dias depois de assumir a presidência e disse não ver problema no fato de o amigo ter trabalhado, ao mesmo tempo, para a Câmara e para o jornal que recebeu dinheiro público. “Eu não vejo o porquê, se ele cumpriu o papel, de fazer o trabalho solicitado, fez a nota, fez o documento, recebeu, eu acho que aí não tem problema”, declarou. No dia em que exonerou Humberto, Suco contratou a filha de Schvabe, Fabiele Seco Schvabe Slompo.