Em depoimento no Conselho de Ética da Câmara, ontem, o deputado José Mentor (PT-SP) reclamou do excesso de perguntas sobre a CPI do Banestado, da qual foi relator. Ele ressaltou que não está sendo acusado por nada relacionado àquela CPI, mas pelos R$ 120 mil recebidos do advogado Rogério Tolentino, sócio do empresário Marcos Valério na empresa 2S Participações. Ao fim da sessão, o relator do processo, Edmar Moreira (PFL-MG), avisou que vai encerrar a fase de investigação no próximo dia 9 e deverá ler seu parecer no dia 14 de fevereiro.
Edmar Moreira avisou que vai desconsiderar qualquer resposta de Mentor relativa à CPI do Banestado, uma vez que não é esse o objeto da representação contra ele. Mas advertiu que levará em conta o fato específico de que o deputado recebeu os R$ 120 mil enquanto era relator.
Mentor voltou a afirmar que recebeu os recursos de Tolentino como pessoa jurídica, em razão de três pareceres elaborados por seu escritório de advocacia. Segundo ele, a prova de que não foram para benefício próprio é a existência de notas fiscais e comprovante de recolhimento de impostos. O deputado também lembrou que conheceu Valério em outubro de 2003 e disse que no encontro apenas discutiram a campanha municipal de 2004.
O petista responde a processo de cassação por quebra de decoro. Mentor foi citado no relatório preliminar das CPIs dos Correios e do Mensalão (já encerrada) como beneficiário de recursos do chamado valerioduto. O depoimento de Mentor começou há duas semanas, mas teve de ser interrompido por causa da ordem do dia no plenário.
