O parecer que pede a cassação do mandato do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), vai a votação nesta quarta-feira (05) no Conselho de Ética e deve ser aprovado. A expectativa é de que se repita o placar de 10 a 5 registrado na semana passada, quando o colegiado decidiu pelo voto aberto para definir o destino de Renan.

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Hoje ainda deverá ser realizada uma sessão extraordinária da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), para decidir se o processo será ou não admitido. Se for, na semana que vem irá a votação no plenário. A pressa de Renan se deveu à conversa que teve no fim de semana com o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Ele o aconselhou a acelerar o processo.

Depois de exatamente três meses de tramitação da representação do PSOL, Renan não conseguiu explicar suas ligações com o lobista da Mendes Júnior Cláudio Gontijo, que entregava à jornalista Mônica Veloso (com quem tem uma filha de três anos) dinheiro para custear suas despesas pessoais. Ontem, Renan fez mais um discurso para se defender, que não pareceu ser suficiente para mudar posições.

O conselho vai votar o parecer dos senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS), que citam oito irregularidades que caracterizariam quebra de decoro. Se aprovado, ficará prejudicada a apreciação de dois votos em separado, dos senadores Almeida Lima (PMDB-SE) e Wellington Salgado (PMDB-MG).

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A intenção de aliados de Renan de recorrerem ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o voto aberto foi definitivamente enterrada ontem. O próprio presidente do Senado avisou que não compartilhará nenhum procedimento dessa natureza. Seu alvo agora é o plenário, onde espera que a maioria dos 80 senadores, pelo voto secreto, arquive a denúncia contra ele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.