O Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) reencaminhou nesta quarta-feira, 29, ao governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) a lista tríplice de conselheiros-substitutos para a vaga do conselheiro aposentado Jonas Lopes de Carvalho. Os três, Rodrigo Melo do Nascimento, Marcelo Verdini Maia e Andrea Siqueira Martins, haviam anunciado conjuntamente no último dia 1º sua desistência de concorrer à cadeira. Eles disseram depois terem sido pressionados a fazer isso pelo deputado peemedebista Edson Albertassi, indicação do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) ao tribunal e hoje preso por corrupção.
Segundo os três candidatos disseram em depoimentos, o parlamentar os procurou com cartas de desistência já escritas, bastando assiná-las. O governador o indicou, e Albertassi foi sabatinado na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), tendo o nome aprovado pelos colegas. Mas a candidatura foi barrada liminarmente pela Justiça e o deputado acabou retirando seu nome.
O imbróglio deixou o órgão fiscalizador das contas do Estado, acusado de conluio com o bilionário esquema de corrupção do ex-governador Sergio Cabral (PMDB), ainda mais exposto. Em março, cinco conselheiros foram presos por suspeita de venda de sentenças num desdobramento da Lava Jato. O esquema sujo estaria em vigor desde 2000 e seria de conhecimento do presidente afastado da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), preso junto com Albertassi sob acusação de receber propina de empresas do setor de transportes urbanos.
O presidente do tribunal, Jonas Lopes de Carvalho, denunciado por corrupção, lavagem de dinheiro, crime contra o sistema financeiro nacional e associação criminosa, é delator da Lava Jato no Rio e admitiu ter recebido dinheiro de empreiteiras em troca de decisões favoráveis a elas. Em setembro, aposentou-se do TCE com salário de R$ 30,4 mil.
Albertassi foi preso junto com os também deputados estaduais Jorge Picciani e Paulo Melo, todos do PMDB. Os parlamentares foram presos no dia 16 de novembro, durante a Operação Cadeia Velha, etapa da Lava Jato sob coordenação do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) no Rio. Um dia depois, eles foram soltos por uma votação na Alerj, mas voltaram para a prisão por determinação da Justiça.