O conselheiro Luiz Fernando Bandeira de Mello pediu nesta terça-feira, 16, ao corregedor nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel, a investigação sobre o vazamento de documento em que o empreiteiro Marcelo Odebrecht afirma que o codinome “o amigo do amigo do meu pai” se refere ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli. Bandeira de Mello é representante do Senado Federal no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e acredita que, se houver responsabilidade de membro ou servidor do Ministério Público na divulgação do documento sobre Toffoli, “é indispensável a apuração e adoção das medidas disciplinares cabíveis”.

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O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou à revista “Crusoé” e ao site “O Antagonista” que retirassem “imediatamente” do ar a matéria que cita Toffoli com base em documento da Lava Jato – o empreiteiro Marcelo Odebrecht, ao utilizar o codinome em mensagem a executivos da empresa, disse à força-tarefa da operação que se referia a Dias Toffoli, na época advogado-geral da União, e a Lula, quando se referia ao “amigo do amigo do meu pai”.

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“Assim, mais uma vez em episódio lamentável, documentos constantes de autos judiciais sigilosos foram disponibilizados para pessoas não autorizadas, ou em uma linguagem atual, foram vazados. Sempre me preocupei e externei publicamente minha opinião a respeito dos vazamentos criminosos e irresponsáveis de elementos de processos que tramitam em segredo de justiça”, escreveu o conselheiro Luiz Fernando Bandeira de Mello.

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“As consequências dos vazamentos podem ser nefastas, tanto para os investigados quanto para os agentes públicos envolvidos, tornando-se por vezes ineficaz a busca do interesse público”, alertou Bandeira de Mello.

Ao finalizar o documento, Bandeira de Mello pede que a Corregedoria Nacional do MP “apure o vazamento dos documentos noticiados pela Revista Crusoé, sob o enfoque disciplinar, na eventualidade de serem identificados indícios de autoria por parte dos membros ministeriais ou servidores do MP atuantes nos procedimentos correlatos”.