O tradicional Congresso Paulista de Municípios, que será realizado entre segunda e sexta-feira da próxima semana em Serra Negra, em São Paulo, reunirá ao menos dois presidenciáveis, que disputarão a atenção de mais de 600 prefeitos do Estado mais rico do País, o governador José Serra (PSDB) e a senadora Marina Silva (PV). Contudo, na briga por espaço os tucanos devem levar a melhor já que o secretariado estadual paulista deve comparecer em peso, além de Serra e seus aliados, como Orestes Quércia (PMDB).
Embora patrocinado pelo governo federal, apenas um ministro, Alexandre Padilha (Relações Institucionais), confirmou presença na abertura, segundo a assessoria do evento. Outros convidados do Executivo federal – ministra Dilma Rousseff incluída – não devem comparecer. Já Marina Silva deve ministrar palestra na quarta-feira.
Em desvantagem entre os eleitores do Estado, Dilma tem dito que marcará presença em São Paulo. Em propaganda recente do PT na televisão, suspensa pela Justiça Eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizia que a ministra é “mineira”, mas tem “a cara e a alma” de São Paulo.
Realizado pela Associação Paulista de Municípios (APM), a 54ª edição do Congresso recebeu recursos de dois bancos federais, Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (CEF), e de duas empresas. Autoridades do governo José Serra e aliados dominam as palestras e debates, que irão de segurança pública à revisão da lei eleitoral. “Todos os membros do Executivo estadual e federal foram convidados”, afirmou Marcos Monti, presidente da APM.
Monti explicou que a ideia, neste ano, é aproveitar o momento eleitoral para entregar uma pauta de pedidos aos pré-candidatos. “Será um momento de reivindicação”, afirmou. A pauta servirá também como mote da 13ª Marcha dos Prefeitos, que será realizada de 17 a 19 de maio, pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
Na segunda-feira, participam os secretários estaduais de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, da Casa Militar, Luiz Massao Kita, e da Educação, Paulo Renato Souza. Na terça é a vez do ex-governador Orestes Quércia, os secretários estaduais de Transportes, Mauro Arce, da Habitação, Lair Alberto Soares Krähenbühl, e de Energia e Saneamento, Dilma Pena, fazerem palestra.
Na quarta, a senadora Marina Silva deve participar de mesas de discussões pela manhã. Outro debate terá a presença do secretário estadual de Gestão Pública, Sidney Beraldo. O encerramento, na sexta-feira, deverá ser feito pelo governador José Serra.
Pré-sal
O ex-governador e presidente do PMDB de São Paulo Orestes Quércia disse que vai aproveitar o Congresso para articular com prefeitos uma pressão para que a “emenda Ibsen”, que redistribuiu os royalties do pré-sal entre os Estados, seja aprovada. “As riquezas que estão abaixo do mar pertencem a todo o povo brasileiro, é um patrimônio nacional”, afirmou o peemedebista, na semana passada.
Quércia acredita que o fato de os recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) terem encolhido 70%, nas suas contas, será um argumento forte para engajar prefeitos. O PMDB é o partido que comanda o maior número de municípios no País: 1.201. Em São Paulo, o partido tem 11% das 645 prefeituras.