Pimentel: presidência de empresa modelo. |
Confirmada a indicação do ex-governador Paulo Pimentel (PMDB) para a presidência da Copel. Seu nome integra a lista dos que deverão compor o primeiro escalão do governador eleito Roberto Requião (PMDB). De viva voz, Requião anunciou apenas um: o de seu irmão, Maurício Requião, para a Secretaria da Educação, ainda antes do segundo turno das eleições.
Outros nomes estão sendo dados como certos, inclusive muitos se apresentando neste período de transição como futuros secretários. É o caso, por exemplo, do publicitário Airton Pisseti para a Secretaria da Comunicação Social. Na primeira leva de nomes, logo em seguida a divulgação dos resultados eleitorais, foram anunciados o advogado tributarista Heron Arzua para a pasta da Fazenda – que ele ocupou na primeira gestão de Requião- e o vice-governador eleito Orlando Pessuti para a Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
Definições
No fim da semana passada, com a designação do deputado Caíto Quintana para comandar as articulações políticas na equipe de transição, confirmou-se também sua ida para a Casa Civil. Quintana, como Arzua, já tinha ocupado o posto no primeiro governo de Requião. No início desta semana novos nomes se juntaram a esses, com algumas alterações. Antes cogitado para a Secretaria da Agricultura, Pessuti foi deslocado para a de Transportes, onde teria a delicada missão de resolver o impasse do pedágio com as concessionárias que operam o Anel de Integração.
Para a Agricultura passou-se a cogitar o petista Jorge Samek, deputado federal eleito incluído também no rol dos que poderiam vir a ocupar cargos federais no governo Lula. Outro petista, Padre Roque, seria indicado para a Secretaria de Previdencia Social. O ex-deputado Renato Adur (PMDB) deverá suceder Lubomir Ficinski na Secretaria de Desenvolvimento Urbano, e o empresário Luiz Mussi é tido como o futuro ocupante da pasta de Indústria, Comércio e Mercosul. A Secretaria de Obras – hoje agência por força de uma reforma realizada por Jaime Lerner – estaria destinada ao deputado Waldyr Pugliesi, assim como a Secretaria da Habitação voltaria a ser comandada pelo ex-deputado Luiz Cláudio Romanelli. Para a Saúde, a dúvida está entre os médicos Cláudio Xavier e Nizan Pereira
Participação em leilão
A equipe de transição do governador eleito, Roberto Requião (PMDB), solicitou ontem ao secretário de Estado da Fazenda, Ingo Hübert, que a Copel participe do leilão de energia, a ser realizado no próximo dia 11, pela CESP -Companhia de Energia Elétrica do Estado de São Paulo -ofertando todo o excedente de energia não comercializada após o pleno atendimento do mercado paranaense para os próximos quatro anos, evitando qualquer venda no mercado atacadista de energia a preços extremamente reduzidos.
O governador eleito destaca que a venda dos excedentes em leilão evitará que a Copel tenha um prejuízo superior a R$ 200 milhões, com os megawatts produzidos pela empresa e não consumidos no mercado paranaense. “Qualquer modalidade de venda de energia, que não permita igualdade de condições de todos os interessados, significa favorecimento injustificável e prejuízo para os paranaenses”, destacou Requião.
O peemedebista lembrou que a Copel é uma empresa fundamental para o desenvolvimento do Estado, especialmente na área de atração de investimentos externos e de outras regiões do País, especialmente para aquelas regiões deprimidas economicamente. “O Paraná não pode prescindir da Copel em seu projeto de desenvolvimento econômico e justiça social”, destaca ele, lembrando que todos os paranaenses se levantaram contra a privatização da empresa diante de sua importância para o futuro do Estado.
Em ofício encaminhado ao coordenador da equipe de transição do atual governo, o grupo de transição do futuro governo do Paraná pede ainda que a empresa exerça a cláusula resolutiva contida no contrato com a Celesc, desistindo do recurso administrativo, liberando a energia a ser negociada com empresa catarinense para o leilão programado pela CESP, ou em leilões próprios, com igualdade de acesso e publicidade elencados na lei 10.438 deste ano. A Comissão pede ainda que o atual governo cancele o leilão da Copel Geração, que resultou em ação popular movida pelo diretório estadual do PT e o ex-presidente do Fórum Contra a Privatização da Copel, Nelton Friedrich e que obrigou a empresa a comunicar aos interessados que o leilão encontrava-se sob judice.
A equipe de transição do PMDB, coordenada pelo vice-governador eleito, deputado Orlando Pessuti julga como providências inadiáveis do atual governo esse conjunto de medidas para que a Copel não tenha prejuízos no próximo ano. “A venda de energia do mercado atacadista de energia pode comprometer a saúde da Copel como agente de desenvolvimento do Estado, pois os preços praticados nesse mercado estão abaixo do custo de produção”, destaca Orlando Pessuti.
Mercosul em debate
A Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul (CPCM) vai realizar em Brasília, nos dias 4 e 5 de dezembro, sua XX Reunião Plenária. Serão três dias de debates no auditório do Interlegis (ao lado do Senado), que acontecerão junto à Reunião de Cúpula dos Presidentes do Mercosul e países associados, também em Brasília.
Na condição de presidente da CPCM, o senador Roberto Requião (PMDB) convidou, além dos parlamentares que integram a CPCM na Argentina, Paraguai e Uruguai, representantes da Câmara e do Senado dos países associados ao Mercosul Chile e Bolívia, da Assembléia da Venezuela e do Parlamento Andino.
Foram convidados também os embaixadores desses países no Brasil, prefeitos e governadores das cidades e províncias fronteiriças do Mercosul e os futuros governadores dos Estados brasileiros que integram a região. A CPCM prevê a presença de cerca de 30 parlamentares sul-americanos.
O senador Roberto Requião quer conduzir a XX Reunião Plenária para um esforço suprapartidário na defesa de formulação de políticas públicas associadas a ações particulares para fortalecimento e consolidação do Mercosul. Os debates deverão priorizar políticas para o desenvolvimento fronteiriço regional sul-americano.
As delegações começarão a chegar em Brasília na segunda-feira. Para o dia seguinte, estão programadas as reuniões do Parlamento Cultural do Mercosul (Parcum) e dos governadores dos Estados e Províncias da região. A abertura da XX Reunião Plenária será às 9h30 da quarta-feira, com pronunciamentos dos representantes de todos os países.