Concorrentes do PT reagem à candidatura de Palocci

Se optar de fato por se lançar na disputa pelo governo paulista, o deputado Antonio Palocci (SP) terá de acalmar alguns ânimos dentro do PT. Um dia após o ex-ministro da Fazenda se livrar no Supremo Tribunal Federal (STF) da denúncia pela quebra do sigilo do caseiro Francenildo dos Santos Costa, parte dos potenciais candidatos à vaga correu para desmontar a versão de que a chapa petista para o Palácio dos Bandeirantes está automaticamente definida.

Único petista a se colocar formalmente como alternativa para a corrida estadual, o prefeito de Osasco, Emidio de Souza, mudou o discurso que vinha fazendo nos últimos meses. Deixando de lado a tese de que abandonaria a candidatura em benefício de Palocci, ontem ele preferiu argumentar que vai buscar um entendimento. “Eu concordo que a decisão do Supremo recoloca o ministro Palocci no debate. Ele está novamente à disposição do partido. Mas isso não o torna automaticamente candidato”, disse Emidio. “Eu considero possível um entendimento, para evitar uma disputa. Mas não significa que meu apoio seja automático.”

Ontem, no círculo próximo ao senador Aloizio Mercadante (PT-SP), o discurso também era de que a candidatura de Palocci não é certa. Nesse caso, a tese predominante era a de que o próprio Palocci não teria decidido seu futuro. Ele poderia, por exemplo, coordenar a campanha presidencial da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ou voltar a integrar o time de ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mercadante tem dito internamente que sua prioridade absoluta é se reeleger senador. Mas setores do PT têm defendido sua candidatura ao governo. Essa ideia, entretanto, é vista principalmente como forma de abrir espaço para que a ex-ministra Marta Suplicy se viabilize para o Senado.

Marta, por sua vez, preferiu se manter firme no apoio a Palocci. “Apoio sua candidatura ao governo do Estado, desde o primeiro momento”, afirmou a ex-ministra do Turismo. Segundo ela, Palocci tem um perfil capaz de “levar São Paulo a outro patamar de desenvolvimento e atração de investimentos”. Ainda assim, Marta preferiu jogar para frente qualquer discussão sobre a formalização da candidatura. “Não vejo necessidade de uma decisão até fevereiro e março, pois nem sabemos ainda quem serão os adversários. Da minha parte, serei candidata à posição que mais ajudar a eleição da ministra Dilma à Presidência da República.”