Entre 1998 – ano em que as concessionárias começaram a explorar o pedágio no Paraná – e 2001, cinco das seis empresas – Econorte, Viapar, Rodovia das Cataratas, Rodonorte e Ecovia – arrecadaram aproximadamente R$ 870 milhões. Deste total, as cinco empresas teriam investido R$ 91,8 milhões em obras nas estradas, ou seja, 10,55% do que faturaram com a cobrança do pedágio. Os números foram divulgados ontem pelo Palácio Iguaçu, que pretende demonstrar que os investimentos realizados pelas concessionárias ficaram bem abaixo do que arrecadaram. O levantamento do Palácio Iguaçu excluiu a empresa Caminhos do Paraná que, na semana passada, fechou acordo com o governo para reduzir em 30% o valor da tarifa cobrada em suas praças.
Com base nos cálculos, o governador Roberto Requião (PMDB) classificou o atual sistema como “um negócio fantástico” para as empresas. “Essa é a realidade que estamos denunciando há anos. É um negócio fantástico. Essas concessionárias receberam nossas estradas de presente da administração anterior e jamais ofereceram a contrapartida necessária”, disse.
Requião ainda tem dúvidas sobre os investimentos que constam do levantamento. “Ainda estão sendo averiguados para confirmarmos se de fato foram investidos ou se não foram apenas ?maquiados? nas prestações de contas ou até mesmo superfaturados em obras de reparo feitos por empreiteiras das próprias concessionárias.”
Comparação
Segundo a planilha da Econorte, de 1998 a 2001 foram investidos R$ 9 milhões em obras de melhoria e ampliação de capacidade das estradas do lote 1, administrado pela empresa. Segundo os dados de arrecadação, a concessionária faturou R$ 74,7 milhões no mesmo período.
A Viapar, que administra o lote 2, arrecadou R$ 157,6 milhões nesse período. Os investimentos, segundo a empresa, somaram apenas R$ 16,1 milhões.
A Rodovia das Cataratas teria gasto R$ 15,6 milhões em obras de melhoria das estradas do lote 3. A empresa faturou R$ 122,6 milhões no período de 1998 a 2001. Na comparação feita pelo governo, a Rodovia das Cataratas não realizou nenhum investimento nos dois primeiros anos de operação das praças de pedágio que administra.
O maior faturamento entre as cinco concessionárias é o da Rodonorte, que administra o lote 5 – R$ 318,4 milhões. É também da empresa, proporcionalmente, o pior desempenho em investimentos nas estradas – R$ 45,3 milhões.
A Ecovia também é apontada no grupo das empresas que pouco investiram na melhoria das estradas do lote 6. De acordo com o governo, a estrada das praias mereceu apenas R$ 5,6 milhões em investimentos, enquanto a empresa faturou R$ 107,8 milhões. Em 1998, primeiro ano do pedágio, a empresa não investiu na melhoria da rodovia, conforme divulgou o Palácio Iguaçu.
