Concessionárias de rodovias vão à Justiça contra invasores

A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) informou que as concessionárias que sofreram invasões-relâmpago por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em praças de pedágio no fim de semana estão trabalhando na identificação dos líderes do movimento. Só depois de identificados é que as empresas irão processá-los. Além dos integrantes, a ABCR pretende processar o próprio MST, que não tem personalidade jurídica, a fim de receber indenização pelos danos causados. O MST foi procurado por O Estado para apresentar sua versão, mas o movimento não quis se pronunciar.

Segundo a ABCR, imagens gravadas por câmeras de vídeo serão utilizadas para identificar as pessoas que participaram da invasão. Porém, explicou a entidade, como a primeira atitude dos integrantes do MST ao invadir as praças foi a de cortar os cabos das filmadoras, há poucas imagens.

A ABCR informou também que as praças invadidas tinham obtido na Justiça interditos proibitórios contra o Movimento dos Usuários das Rodovias do Brasil e contra "outros movimentos", o que incluiria o MST. Os interditos proibitórios foram obtidos na Justiça a fim de evitar que ocorressem invasões e danos ao patrimônio administrado pelas concessionárias.

A ABCR está levantando os danos causados nas praças de pedágio. Entre a tarde de sábado e às 3h de domingo, cerca de 300 integrantes do movimento, divididos em nove ônibus, quebraram equipamentos, interromperam o trabalho de funcionários e liberaram o tráfego sem o pagamento de pedágio de 13 das 27 praças existentes no Paraná. Os integrantes do MST voltavam de um congresso estadual, em São Miguel do Iguaçu.

A Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp) divulgou nota informando que será aberto inquérito policial para apurar as responsabilidades das ações de depredação de praças de pedágio. De acordo com os registros da Sesp, as ações foram rápidas e orquestradas. A secretaria lembrou que o governo respeita o direito de livre manifestação dos movimentos sociais organizados, porém, "qualquer ação que ponha o patrimônio de cidadãos ou a vida de pessoas em risco vai ser apurada com rigor pela polícia e terá seus líderes responsabilizados".

Invasões

Por volta das 15h20 de sábado, as ações começaram com os nove ônibus e cerca de 300 integrantes passando pela praça de Céu Azul, administrada pela concessionária Rodovia das Cataratas. No local, os manifestantes atacaram as cabines de cobrança, quebraram cancelas e câmeras de segurança, além de pintar palavras de ordem, com a tinta que encontraram no posto de pedágio. Por quase uma hora o tráfego ficou liberado.

Depois disso, invadiram também as praças de Cascavel, Laranjeiras do Sul, Candói e Guarapuava. Parte do comboio se separou no trevo de Cascavel, passando a ocupar as praças administradas pela concessionárias Viapar, em Corbélia e Campo Mourão. Devido à intensa chuva, segundo a ABCR, a ação do MST atrapalhou o atendimento de 40 acidentes que precisaram da intervenção da equipe de socorro na praça de Campo Mourão. A outra parte do comboio passou pelas postos de pedágio da Caminhos do Paraná, atacando as praças de Relógio e Irati.

Entre 21h de sábado e 3h de domingo, dois grupos com aproximadamente 50 integrantes do MST passaram também pelas praças de São Luiz do Purunã, Ortigueira, Tibagi e Imbaú – que são administradas pela Rodonorte – quebrando cancelas, cabines e equipamentos e liberando o tráfego. Segundo a ABCR, nessas ocupações, a de Ortigueira foi a mais afetada.

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