Diante de 15 mil pessoas, entre elas 2 mil educadores do Brasil e de outros 22 países, a Comissão de Anistia anunciou a concessão da anistia post-mortem ao educador brasileiro Paulo Freire, criador do método revolucionário de alfabetização que leva seu nome, adotado em diversas países. Preso em 1964 pelo regime militar, demitido da Universidade Federal de Pernambuco e expulso do País como subversivo, Freire morreu em 1997.

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Seu “crime”, comentou o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, foi ter identificado na alfabetização um processo de “libertação e conscientização política” das camadas mais pobres da população. Na avaliação de Abrão, a perseguição a Freire foi “um dos prejuízos mais severos e imensuráveis que a ditadura militar legou ao Brasil.”

O julgamento do processo de reparação a Freire, movido pela família do educador, contou com a presença da viúva dele, Ana Maria Araújo Freire. O anúncio da anistia foi feito no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.

Em mensagem enviada de Manaus, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se solidarizou com a família do educador. “Anistiar Freire é libertar o Brasil da cegueira moral e intelectual que levou governantes a considerarem inimigos da Pátria educadores que queriam libertar o País do analfabetismo”, afirmou.

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