Composições asseguram equilíbrio no PMDB

Eleita no último domingo em convenção, a nova executiva estadual do PMDB reuniu-se ontem na sede do diretório do partido em Curitiba para traçar as metas de trabalho para os próximos dois anos. Apesar das aparências, a eleição do deputado estadual Dobrandino da Silva, que substituiu o deputado Gustavo Fruet, na presidência do partido, foi ?contaminada? pela disputa em Curitiba entre o grupo que defende a candidatura própria do PMDB e a ala que defende o apoio ao PT.

Depois de uma discreta, mas não menos complicada negociação, houve uma composição para assegurar um equilíbrio de forças entre os dois grupos na direção estadual. Cada ala garantiu quatorze integrantes com domicílio eleitoral em Curitiba e que têm direito a voto na convenção municipal.

O acordo foi possível depois de algumas substituições tanto na executiva como na chapa para o diretório. A principal mudança foi a troca do deputado estadual Ademir Bier, tido como neutro na eleição em Curitiba, pelo presidente da Cohapar, Luiz Cláudio Romanelli, um dos mais ardorosos defensores da aliança com o PT. Bier foi deslocado para o cargo de tesoureiro.

Entre os integrantes do diretório também houve substituição de última hora. Alguns integrantes do primeiro escalão do governo, simpáticos à tese da candidatura própria e que são eleitores em Curitiba, quase foram eliminados da chapa do diretório para dar lugar a representantes da ala pró-apoio ao deputado estadual Ângelo Vanhoni. Entre eles estavam o secretário da Fazenda, Heron Arzua, do Planejamento, Eleonora Fruet, o presidente da Copel, Paulo Pimentel, e o diretor-geral do Detran, Marcelo Almeida.

No final, o governador Roberto Requião mediou um acordo e optou-se por excluir alguns representantes dos diretórios municipais do interior, menos conhecidos, que foram substituídos por quatro nomes alinhados ao grupo pró-Vanhoni. Entre eles, estão dois diretores da Sanepar, Stênio Jacob e Hudson Caleff, e o diretor da Biblioteca Pública do Paraná, Cláudio Fajardo.

Composição

Dobrandino assumiu o partido defendendo o lançamento de candidatos próprios em todo o Paraná nas eleições municipais de 2004. ?Coligações são democráticas e possíveis, mas isso tem que ser exceção. A regra é candidatura própria?, afirmou o novo presidente, que é adepto do estudo ?caso a caso? na montagem das chapas e definições de alianças para a disputa municipal. Os deputados Nereu Moura (estadual) e Moacir Micheleto (federal) foram eleitos como 1.º e 2.º vices-presidentes do partido.

Gustavo Fruet entregou o cargo com o projeto de levar adiante a sua pré-candidatura à Prefeitura de Curitiba. No diretório municipal, há uma leve vantagem numérica para o grupo pró-Vanhoni. Fruet disse que deixou de disputar a presidência do PMDB ?para não contaminar o diretório estadual com uma questão local, que será resolvida a seu tempo na capital?.

Ele também afirmou que o PMDB não pode ficar preso à sua história e precisa ter capacidade de superação e de construção da unidade: ?Se o PMDB tivesse unidade, o presidente da República hoje poderia ser do nosso partido. Se tivesse tido candidatura própria à Presidência, não seria a geléia ideológica em que se transformou o PMDB nacional?, afirmou.

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