Foto: Arquivo |
Anibelli: complô. continua após a publicidade |
A subseção de Palmas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) solicitou à OAB Paraná uma providência em defesa de quatro dirigentes da entidade, arrolados numa investigação da Secretaria de Segurança Pública sobre a participação em uma conspiração para seqüestrar e assassinar o governador Roberto Requião (PMDB).
O presidente da OAB de Palmas, Raul Silveira Boeno, disse ontem que os profissionais estão sendo vítimas de uma armação, que já resultou na transferência do delegado Plínio Gomes Filho., de Palmas para Altônia, no noroeste do Estado.
A suspeita é que se trata de uma farsa para prejudicar o delegado e as pessoas que defenderam a sua permanência no cargo. O ex-presidente da OAB de Palmas, Auro Mello, disse a O Estado que a origem da acusação pode estar na detenção do deputado estadual Antonio Anibelli (PMDB), no dia 6 de outubro de 2002, quando foi acusado de comprar votos no dia da eleição. Plínio Gomes Filho lavrou o auto de prisão em flagrante de Anibelli.
A denúncia sobre o complô para assassinar o governador foi feita, primeiro para o e-mail pessoal de Requião, e depois formalizada junto à Secretaria da Segurança por Cleber Gomes. De acordo com o dossiê preparado pelos advogados, com apoio da OAB local, Gomes foi funcionário da Assembléia Legislativa, no cargo de analista de sistemas, durante um mês. Segundo o ex-presidente da OAB, ele foi nomeado para o gabinete de Anibelli.
Ainda de acordo com os documentos fornecidos pela OAB de Palmas, Gomes tem uma extensa ficha criminal. Quando menor de idade foi preso pelo roubo de uma arma e agora responde a vários processos por furto e estelionato em Palmas, Clevelândia, Salgado Filho e nos municípios catarinenses de Abelardo Luz e Joaçaba.
Para o ex-presidente da OAB, é incompreensível a decisão da Secretaria da Segurança de dar crédito a uma denúncia feita por um cidadão com esses antecedentes. ?Eu fui companheiro do governador Requião aqui em Palmas. Votei nele. Como é que vão acreditar no que diz um marginal de primeira linha. É uma armação?, disse.
Investigados
O ofício da OAB de Palmas para a direção estadual da entidade informa que a Secretaria da Segurança designou a delegada Vanessa Alice, do Centro de Operações Policiais Especiais, para ouvir os depoimentos do delegado Plínio Gomes Filho, dos advogados Auro Mello, Hilário Andrascko, Selso Natalin Sonza e Luiz Roberto Cadore. O atual presidente da OAB de Palmas também foi mencionado na denúncia, junto com o vice-prefeito de Palmas e presidente da Associação Industrial e Comercial da cidade, Francisco Putton.
O presidente da OAB pediu à seção estadual a realização de um ato de desagravo aos denunciados em Curitiba. ?Nós vamos adotar medidas enérgicas porque o que está ocorrendo é um escândalo. A pseudo conspiração é fruto de uma pessoa que apresenta transtornos de personalidade e que tem antecedentes criminais e os advogados citados são pessoas de reputação ilibada e de conduta moral inatacável?, disse o presidente da OAB.
O Estado do Paraná procurou ontem a Secretaria de Segurança e o deputado Antonio Anibelli. A assessoria do secretário Luiz Fernando Delazari informou que a secretaria não se pronuncia sobre o caso. Já a assessoria do deputado Anibelli disse que ele não estava na cidade e que hoje estará disponível para conceder entrevistas.