A pedido da campanha da petista Dilma Rousseff, o Palácio do Planalto mandou ontem a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres interromper a distribuição do kit com cartilhas, livros e cartazes que pede voto para mulheres. A decisão foi tomada após conversas entre o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, o departamento jurídico da campanha de Dilma e integrantes da Casa Civil. O material inclui um discurso de seis páginas da candidata do PT à Presidência.
O objetivo do recuo é afastar qualquer risco de acusação de poder econômico. Pela manhã, o advogado da campanha petista, Márcio Silva, telefonou para Adams, que estava em Porto Alegre, para encontrar uma forma de apagar o incêndio político. Inicialmente, avaliaram que o melhor seria recolher o material.
À tarde, após conversas com a secretaria e integrantes da Casa Civil, a decisão foi orientar a pasta para as Mulheres a negar intuito eleitoral e garantir que não há mais publicações para distribuição – embora ontem o material tenha sido entregue numa conferência em Brasília. A secretaria cumpriu a ordem e emitiu uma nota.
O episódio abriu uma crise interna porque, questionada, a Secretaria de Comunicação alegou à Advocacia-Geral da União (AGU) que não foi consultada anteriormente sobre o assunto pela Secretaria para as Mulheres – responsável pela elaboração e distribuição dos kits. Ontem, a campanha adotou o discurso de que, além de não ter conteúdo eleitoral, o kit foi distribuído em junho, antes do início oficial da corrida presidencial.